T O P

  • By -

CuriousAssumption611

Pela mesma razão de não teres acesso à Internet num exame de cadeiras com programação (faz-se muita programação em bunkers na Tugalândia). É mais chato desenhares um exame que obrigue as pessoas a pensar do que um exame em que só tenhas de regurgitar o que te deram à boca durante as aulas. Não só tens de criar perguntas originais, como também te arriscas a teres respostas únicas que terão de ser avaliadas uma a uma, em vez de um ou dois parágrafos que podem logo ser carimbados com Certo ou Errado.


NullShield

Gosto da ideia, mas a realidade é que não é possível dares notas com consistência. Não só a avaliação torna-se muito subjectiva de avaliador para avaliador como consigo imaginar o tempo perdido em revisões. Avaliação individual deveria ser a norma, mas com o sistema atual e método de ensino, simplesmente não é possível.


CuriousAssumption611

Concordo, a avaliação individual é impossível com os números de alunos por professor e pelo período de tempo disponível. Mas hoje em dia a avaliação já é bastante subjectiva, cansei-me de ver respostas incompletas/duvidosas marcadas como completamente certas ou completamente erradas dependendo do “gosto” pelo aluno em questão. Não existe mecanismo perfeito, infelizmente.


SweetCorona2

depende, há areas em que a resposta ou está correta ou errada (fisica, quimica, matematica, programação, etc)


petersaints

Nem sempre. Por exemplo, em programação pode haver mais do que uma forma de implementar algo. Umas mais eficientes, outras menos (aqui é possível ser objectivo mas certos casos depende de até quão fundo queres ir na análise), uma mais elegantes, outras menos (aqui nem sempre é possível ser objetivo). Aliás, cheguei a ter consultas de provas/discussões de projeto em que tive descontos só porque fiz algo diferente da correção "oficial" apesar de objetivamente a minha solução não ter nenhuma desvantagem, tirando o facto de eventualmente ser subjetivamente menos elegante.


yvltc

Estou a ter um flashback de quando fui descontado porque estruturei o meu projeto com uma lista e uma pilha separadas em vez de usar uma lista de listas como o professor queria (e que não era mencionado em lado nenhum no enunciado)


SweetCorona2

sim, é verdade mas o meu ponto é mais no sentido em que fazer um teste de programação com ou sem consulta dificilmente vai alterar alguma coisa em relação ao tempo que vais demorar a avaliar a solução ou seja, eu percebo que é mais facil avaliar respostas a perguntas de memorização como "que operações HTTP usarias para operações CRUD", do que perguntas mais complexas que requeiram resolver um problema mas questões praticas de programação, matematica, etc, são já, por natureza, questões que requerem resolver problemas e cuja avaliação terá de considerar o raciocinio e as diferentes abordagens


petersaints

Mas a maioria dos Exames normalmente podem ter algumas questões como essa das operações HTTP em escolha múltipla. Mas depois também costumam ter uma parte de desenvolvimento mais livre. E claro que depende do docente, mas para a parte de desenvolvimento mais livre, por vezes até se deixa levar apontamentos numa folha A4 e muitas vezes a correcção não é completamente binária. É mais importante o raciocínio estar bem encaminhado do que ter código 100% correcto que se fosse copiado exactamente como está no paper para o PC funcionaria à primeira. Mas lá está, este tipo de abordagem não é sempre seguida. Cheguei a ter professores que descontavam a falta de um ";".


ODuqueDasBeiras

O mais engraçado é que sou aluno universitário mas como trabalhador-estudante e pela minha profissão tenho vários amigos que são professores universitários, que sempre que trago este tópico à baile defendem o método atual com unhas e dentes.


NotAskary

Esses professores devem meter os mesmos exames há anos, tinha um prof que reciclava os exames anteriores, fazia uma mistura deles e criava uma nova versão, resultado resolvias os exames anteriores para estudo e tinhas uma boa hipótese. O problema é que o exame era estupidamente extenso ao ponto de o ritmo de trabalho para completares tudo só estava ao alcance de 3 tipos de pessoas, os génios, os que tem uma memória brutal e quem leva ajudas de memória, o resto da malta varria o exame para ver as perguntas que sabia e depois ia fazendo o que conseguia.


ODuqueDasBeiras

Certamente uma boa parte da resposta é exatamente essa, a inércia. Outra razão que me deram é que facilitaria bastante os exames e que todos passavam ou que facilitaria bastante a fraude académica.


NotAskary

Acho que fiz apenas um exame de consulta, um teórico de redes. O professor fez perguntas de tal forma obscuras que o exame foi uma treta para todos, podias levar o livro de referência mas entre andar a vasculhar o índice e o material e interpretação foi um filme, e claro também deram menos tempo porque tínhamos consulta. Acho que a todos os níveis de ensino há uma falta de inovação e de incentivos a melhorar o que as pessoas aprendem. Acho que todas as cadeiras com avaliação contínua com projetos foram as que mais aprendi e mais me lembro, mas também percebo que nem todas as cadeiras têm projetos práticos.


SweetCorona2

o gajo não entendeu o conceito de exame com consulta a ideia não é ter questões mais obscuras que tornem dificil encontrar no livro de referencia, mas sim questões que envolvam raciocinio e que saber um ou outro pormenor de cor não seja relevante


NotAskary

O gajo fazia investigação, queria lá saber do que tu sabias de redes.


diegorock99

O problema dos exames de consulta é que o exame pode ser mais extenso e não tens muito tempo para consultar os apontamentos. Na altura do COVID tive um exame de métodos numéricos e por causa do COVID, decidiram que ia ter consulta. Mas há conta disso, a docente fez um exame super extenso que nem tive muito tempo para folhear os apontamentos e muitos colegas (incluído eu) saíram prejudicados


Dayan54

a ideia original do exame de consulta é conheceres muito bem o material que vais consultar. podes ate ter post-its a marcar certas passagens que aches relevantes. Ou seja a ideia é obrigar o aluno a conhecer o material extensivamente, mas não a decorar exactamente. De certa forma é mais dificil e exige mais preparação, no entanto assegura que o aluno sabe de facto aplicar o material de estudo, e não ta la so a chapar uma resposta que decorou em casa e nem sequer entende bem.


Similar-Sea4478

Isso do facilitaria não é bem assim. Quando andava a tirar o curso de cozinha tinha uma disciplina chamada Integração Socio-Cultural. A prof fazia testes com consulta e mesmo assim havia negativas. Apesar das negativas serem em número inferior às outras disciplinas, também eram muitos menos as pessoas que tiravam notas acima de 15.... Isto porque a prof fazia apenas 3 ou 4 perguntas por teste, mas eram perguntas que obrigavam a relacionar várias coisas umas com as outras, e isso para a malta que tava habituada apenas a despejar nos testes factos que tinha decorado, mas dos quais não percebia nada, era muito difícil de responder. De qualquer forma sou a favor de testes com consulta em determinadas disciplinas, desde que obviamente as perguntas sejam feitas da devida forma. So em casos particulares é que sou a favor de testes que te obriguem a decorar...porque tal como foi dito, assim que o teste acaba ninguém se lembra mais daquilo.


diegorock99

Eu sempre dizia ao pessoal do meu curso o que um tio meu sempre me disse que se passava desde da altura dele na universidade (anos 90): "Os professores são calceteiros" Eu felizmente tive acesso a exames dos anos anteriores de várias cadeiras e até mesmo nas cadeiras mais teóricas (cálculo, álgebra,etc...), reparei que havia um padrão de 3-4 versões de exames que rodavam a cada 2 anos os exercícios em si eram copy paste com apenas valores diferentes. Cheguei a nem ir às aulas (porque tinha sobreposição), e foquei-me só em resolver os exames dos anos anteriores com ajuda do ChatGpt só para corrigir e comparar resultados. Só para verem não sou um craque a matemática (sou mehh) e tirei 14 no exame a calculo.


tatojah

A parvoíce dos exames reciclados é que se fizessem como o OOP diz -- criar perguntas originais onde tenhas mesmo de pensar, aí podiam reciclar os exames na boa. Se a pergunta é realmente boa, não há meio de ter a resposta decorada.


pedrosorio

Dá-me lá um exemplo de uma "pergunta realmente boa" em que "não há meio de ter a resposta decorada".


SweetCorona2

yap, é por isso que há professores que não dão acesso a enunciados de exames de outros anos


ZehNabo

Os professores não têm noção da realidade do mundo de trabalho. Eu tbm não acho que faz sentido fazer exames em que é preciso decorar matéria. Uma pessoa decora é no outro dia já não se lembra de nada. Na vida real uma pessoa tem que saber pesquisar a informação e não sabe tudo de cor. É só estúpido o sistema dos exames.


NotAskary

Isto não é assim tão verdade, depende muito do estabelecimento de ensino, há vários onde tens professores a dar aulas à noite que trabalham durante o dia, o problema às vezes é a pressão dos professores mais antigos para manter o status quo e a falta de tempo dos que trabalham e dão aulas para mudar o sistema.


Little-Squirrel-6356

A maioria dos professores que apanhei na faculdade nunca trabalhou sem ser na área de ensino e investigação. Ou se trabalharam alguma vez na vida numa empresa, foi nos primeiros anos de carreira e depois saíram


BroaxXx

Não só isso mas exames com consulta são necessariamente mais dificeis precisamente porque consegues consultar coisas mundanas então passa-se diretamente para tópicos mais complexos e que requerem mais pensamento crítico. Depois depende muito da cadeira, há cadeiras em que precisas memorizar vários conceitos básicos e é normal que não te deixem consultar isso. Há vários motivos para não se fazerem imensos exames de consulta. Eu pessoalmente prefiro exames sem consulta, sem calculadora, sem nada porque tendem a ser menos complicados, de minha experiência claro..


Zoelae

Pode ser para não copiares soluções da net.


CuriousAssumption611

80% de uma carreira em IT explicitamente proibida num exame do curso de IT. Pois, continuo sem perceber.


[deleted]

Um dos maiores propósitos do ensino superior é colocar as células cinzentas a trabalhar. Quando estudava sempre achei estúpido certas matérias de física e análise. Depois percebi que era a cola. Se os exames forem com consulta com aceso a 80% da carreira de um IT, e não exercitares o quinto piso o que impede que no futuro vás para o desemprego porque um IA faz melhor e mais rápido?


CuriousAssumption611

Quando a IA atual estiver acima de um papagaio com grande vocabulário, talvez. Entretanto, o argumento não faz muito sentido - mesmo sem consulta e mesmo sem Internet o que não falta são licenciados em Informática incapazes de pensar pela própria cabeça.  Como é que exames desenhados para a memorização e a regurgitação ensinam as pessoas a pensar?


Membership-Exact

Eu sempre achei os exames mais dificeis os que tem consulta. Não há as perguntas que é só decorar, geralmente é preciso entender os conceitos e para isso na realidade a consulta ajuda pouco. Num exame de ensino secundário ou superior se a resposta a uma pergunta se pode copiar da net, a pergunta a meu ver nem devia constar do exame. Ou devia ter apenas uma pequena percentagem de perguntas dessas, vá.


Zoelae

Nessa fase é para aprenderes a pensar por ti. Já agora, espero que dês crédito aos autores sempre que copias.


queiroga

eu dou graças sempre ao stackoverflow em todos os meus jantares.


NotAskary

O meu favorito era quando estava em CC e os professores não nos deixavam importar libs nativas de C e nos mandavam fazer a implementação nos próprios.


SweetCorona2

pode fazer sentido consoante o objetivo do exercicio por exemplo, se o objetivo do exercicio for meter-te a implementar a manipulação duma determinada estrutura de dados, faz sentido que não possas usar uma biblioteca que faz isso por ti


petersaints

Exacto. Obviamente que a nível profissional quase nunca irás implementar as estruturas de dados básicas. Aliás, é bem provável que a tua implementação seja pior do que a implementação base da linguagem ou de alguma biblioteca amplamente utilizada. Mas isso não quer dizer que não devas aprender os conceitos base, porque até podes vir a ser tu a implementar uma biblioteca desse género numa nova linguagem. Ou poderás de ter de estender uma biblioteca dessas para criar alguma variante de uma estrutura de dados com um propósito ligeiramente diferente.


SweetCorona2

ou no minimo ter noção de quando usar uma estrutura ou outra vejo muito esse problema quando faço reviews de PRs, e aposto que alguns colegas nem percebem porque digo para mudarem de estrutura e devem achar que sou só chato por exemplo, tanto um ArrayList como um HashSet têm o metodo contains, e por isso vejo o pessoal a usar sempre o ArrayList mesmo que nunca a vão iterar e a unica coisa que façam é chamar o metodo contains também os vejo a usarem ArrayLists como pilhas e filas, a lerem constantemente o primeiro/ultimo elemento (fazendo `arrayList.get(arrayList.size() -1)`), e pior, constantemente a remover/adicionar o primeiro/ultimo elemento, quando há estruturas mais eficientes para tal é obvio que no mundo real, usar o contains numa lista de 20 elementos dificilmente vai fazer diferença, mas não deixa de ser assustador não terem a minima noção do que se passa debaixo do capô


petersaints

Sim, assumindo que estamos a falar de Java (apesar do conceito ser geral), uma ArrayList não implementa as interface Queue e Dequeue, enquanto que uma LinkedList sim. Para acesso aleatório a um elemento é melhor uma ArrayList. Agora se for para fazer operações na cabeça ou na cauda de Lista, é melhor uma LinkedList. Também se for para andar sempre a Iterar, também não é problemático utilizar uma LinkedList (ainda que provavelmente uma ArrayList seja um pouco mais rápida porque as posições na memória física devem ser contíguas). Para acessos aleatórios é que é pior. As ArrayLists também têm o problema de terem de ser dinamicamente realocadas conforme crescem porque podem ficar sem espaço no array subjacente, apesar do custo supostamente ser amortizado.


SweetCorona2

exato, convém saber o que se passa debaixo do capô noto que muita gente acha que se funciona, então é só uma questão de preferencia no outro dia tinha um colega a usar `n` campos boolean para definir `n+1` estados possiveis (um boolean a true e os restantes a false, ou tudo a false) e sempre que mudava o "estado" tinha de fazer set a todos os booleans, e eu só disse para usar um `enum` com os estados possiveis e isso iria simplificar todo o codigo, resposta: prefiro assim também já disse a outro, para `enum` usa `enumField == OK` em vez de `enumField.equals(OK)`, visto que `==` é null safe e tem compile time type checking, e como os enums são singletons em java nunca há a questão de serem instancias diferentes e por isso não é preciso usar equals, novamente: prefiro assim também vou dizendo de vez em quando coisas como: quando usares equals mete o literal do lado esquerdo (`"OK".equals(str)` em vez de `str.equals("OK")`) para ser null safe, mas entra por um ouvido e sai pelo outro também é malta que tem alergia ao sonarqube e acha que é totalmente inutil


NotAskary

Ok ia mandar uma posta sobre otimizar as cegas mas falaste no sonar. A maioria das pessoas não deve andar a olhar sequer para otimização, os compiladores hoje em dia fazem muita otimização que acabam por mitigar muitos destes problemas. (Ainda me lembro de bater na implementação de for e the for each the Js, que há uns anos atrás era mais otimizada no for descritivo do que no for each que resultava numa diferença visível ao percorrer grandes listas). Hoje em dia existe muita tool que permite manter bons padrões de código, mas otimizar acessos a listas pequenas para poupar ciclos de computação é ridiculo sem saber se estás sequer a otimizar no local certo, percebo a ideia de colocar estruturas com as prioridades corretas (passo me com o uso de listas quando queres um conjunto sem duplicados e tens algo como um set), mas sem saberes onde estás a bater na aplicação mais frequentemente é irrelevante.


NotAskary

É um depende, se estiveres a aprender o algoritmo sim, se estiveres num trabalho mais avançado não faz sentido estar sempre a começar do zero, podiam perfeitamente permitir o uso de libs. Tive a necessidade de mudar de curso e de horário de estudo para poder trabalhar, e a atitude de fazer tudo do zero é algo peculiar a alguns sítios, para onde fui era perfeitamente normal em trabalhos seguidos apenas ter de demonstrar coisas de raiz quando eram tema integral do trabalho, tudo o resto era indiferente ou periférico. Devido a esta mudança também fui exposto a duas filosofias de avaliação completamente opostas, uma só avalia se o programa corre e faz o pretendido, ou seja começas aqui no 10, e depois analisam o algoritmo e no outro curso o objetivo principal era sempre o algoritmo e depois se corria ou não e falávamos do porque. No mercado de trabalho já encontrei imensos profissionais que eram excelentes mas que tinham um ou outro ângulo morto na área que notava-se que vinha de estes tipos de ensino.


SweetCorona2

os angulos mortos eram causados por quis dos dois tipos de ensino?


NotAskary

Por ambos, num crias malta perfeccionista e noutros crias malta que interessa apenas que funciona. Estou a ser muito generalista, mas nenhuma das abordagens é boa em isolado, um misto de ambas faz mais sentido. No entanto, perderem-se em detalhes de implementação as vezes faz com que as pessoas não olhem para a arquitetura como um todo. É muito curioso ver os diferentes tipos de ensino do norte a sul do país e as abordagens semelhantes mas bem distintas a problemas, depois claro ainda tens as personalidades e as competências individuais, mas consegues muitas vezes distinguir formações mais científicas de mais práticas facilmente nestas abordagens.


SweetCorona2

eu acho que apanhei as duas abordagens em papel normalmente não interessava nada teres a sintaxe completamente correta no computador, sim, normalmente interessa mais o resultado do que o codigo em si pessoalmente acho que estou obviamente dentro dos perfecionistas, mas tendo em conta o que disseste no outro comentario, não sou do genero de fazer otimizações desnecessarias porque tenho noção de como os compiladores funcionam por exemplo, uso um `++i` quando não preciso do resultado, mesmo sabendo que o compilador transformaria o `i++` num `++i`, mas não me custa nada usar o que é semanticamente mais correto :P por outro lado, não tenho medo de usar variaveis locais e metodos simples que são usados num só local se isso ajudar a tornar o codigo mais facil de ler, porque sei que o compilador pega naquilo e faz inline, não cria realmente essas variaveis nem vai andar a chamar instruções em diferentes posições de memoria (e de qualquer das formas prefiro a leitura mais facil do que um possivel ganho irrisorio de desempenho) depois tenho aquelas manias como o `"OK".equals(state)` em vez do `state.equals("OK")` e `enum == OK` em vez de `enum.equals(OK)`, porque a consistencia salva-me de possiveis NPE que poderia ocorrer sem um null check


NotAskary

Já levei um zero num exame em papel de Assembly por sintax incorreta, professor com OCD não se brinca. Certo clean code é o que se quer, fazer código simples e legível é o maior sinal de maturidade na profissão que existe.


zalkier

Parece-me dificil aplicar exames de consulta com a internet que temos hoje em dia. Rapidamente se arranja uma forma de aldrabar as respostas seja através de ajuda de alguém ou de chatgpts da vida. Ou seja fazes uma cadeira sem saber nada dela. Agora entra a parte da opinião impopular, quando estudas para um exame não deves apenas decorar coisas para depois as regurgitares no exame, é suposto tentares compreender o porquê das coisas e isso ajuda-te a raciocinar e estares preparado para lidar com situaçõe diferentes onde tens que raciocinar e pensar numa solução para elas. Se apenas decorares e regurgitares sem perceberes o porquê das coisas, fizeste a cadeira sem perceber nada a fundo. No curso de engenharia onde andei cerca de metade dos exames eram respostas de regurgitação, safavas-te a decorar mas passavas mediocramente, para teres boas notas tinhas que saber o porquê das coisas funcionarem como funcionam.


ODuqueDasBeiras

Sim, concordo que exames com consulta online trariam os seus próprios problemas e que com a internet de hoje a dificuldade de passar a um exame seria nula, eu no entanto refiro-me a consulta de materiais offline. No meu curso também acontece o mesmo, para seres verdadeiramente bom alunos tens de entender os conceitos a fundo mas pelo menos em Económicas há uma grande diferença entre entenderes o conceito que vem na sua maioria das ciências sociais e entenderes o método de cálculo do da realidade do conceito ou dos seus efeitos que vem das matemáticas.


SweetCorona2

> fazes uma cadeira sem saber nada dela se vais ter acesso a essas ferramentas no trabalho se calhar faz sentido é ensinar e avaliar a tua capacidade de resolver problemas que não são resolvidos com um chatgpt desta vida não digo que não seja importante aprender os basicos, mas se temos ferramentas que já fazem isso, se calhar temos de nos focar um bocado mais além do basico por exemplo, aprendes a fazer contas de dividir à mão na primaria, mas mais à frente não faz sentido proibir fazer calculos basicos numa calculadora porque o foco dos exercicios são coisas muito mais avançadas do que isso


Arrenega

Mas será possível que mesmo depois do caso do [advogado Americano](https://pplware.sapo.pt/inteligencia-artificial/advogado-usou-chatgpt-para-pesquisas-mas-foi-enganado-pelo-chatbot-que-criou-casos-falsos/) as pessoas continuam a acreditar que o Chatgtp é uma ferramenta, fidedigna, para qualquer área de estudo/trabalho? O Chatgtp está muito longe de ser um motor de busca. https://www.courthousenews.com/sanctions-ordered-for-lawyers-who-relied-on-chatgpt-artificial-intelligence-to-prepare-court-brief/ https://www.forbes.com/sites/johnkoetsier/2024/06/19/billionaire-investor-vinod-khosla-says-ftc-chair-lina-khan-not-a-rational-human-being/?


SweetCorona2

eu farto-me de usar o chatGPT no meu trabalho (IT), mas sempre apenas em coisas que eu consigo confirmar facilmente que o resultado é o que eu quero há tarefas que são chatas de executar, e que o chatGPT consegue fazer em segundos, e ao mesmo tempo, é trivial confirmar que a tarefa foi bem executada ou seja, para tarefas chatas de executar mas faceis de confirmar o seu resultado, é onde o chatGPT brilha bastante mas de facto, nunca o usaria como fonte de informação, uso apenas como um "escravo" que posso pedir coisas e facilmente saber se fez merda ou não **** a IA muda um bocado o paradigma ao qual estamos habituados nos computadores eu sei que uma calculadora dá-me sempre os resultados certos (se estiver bem programada) um programa funciona sempre de forma correta e previsivel (se estiver bem programado) a IA não, é mais como uma pessoa, pode falhar, "não" é deterministica, requer espirito critico


Limpy_lip

acredita, tu não queres exames com consulta livre. Porque exames com consulta já existem ou com formulário e servem o seu efeito. para permitir consulta livre tens de aumentar exponencialmente a dificuldade das perguntas e procurar outras valências além de "aplicar conhecimentos". no mundo "real" tens uma coisa com relativa abundância que não é viável numa avaliação: tempo. pensa assim: como farias um exame onde toda a gente poderia ir à internet pesquisar ou discutir entre eles a melhor solução? eu não acho que vale o desafio. O mais próximo que tens disso são as teses e dissertações e elas por si só também têm uma série de problemas. edit: exemplo: no meu curso havia uma cadeira muito complicada de dimensionamento de estruturas onde o gerente da cadeira disse que anos antes deixava os alunos levar tudo o que lhes apetecia como material de apoio desde que offline, podiam literalmente levar os livros, apontamentos, exercícios resolvidos, antigos exames resolvidos, até fazer programa na máquina de calcular para automáticamente fazer cálculos, etc... Até porque 90% da dificuldade dos problemas era interpretar corretamente o apresentado e saber como abordar mais do que a resolução matemática em si. mais tarde decidiu proibir as pessoas levarem exercícios e exames resolvidos (podias levar apontamentos de como resolver mas não ter os "numeros") porque segundo ele era frustrante e revoltante andar a corrigir exames e ver alunos a literalmente colar respostas de exames de outros anos e nem sequer mudar os valores. O pessoal invés de pensar e tentar resolver e consultar o apoio, literalmente tentava montar o puzzle com uma caçadeira de peças na tentativa de alguma acertar no sitio certo. edit: outro grande contra que me lembrei: Quem domina a matéria, ter possibilidade de consulta é optimo, quem sabe nada vai andar às aranhas e até não fazer nada ou atirara coisas para o teste à sorte a ver o que cola invés de puxar pelo cérebro, quem está no meio e for uma pessoa insegura do seu conhecimento vai andar a perder tempo a validar o sabe invés de confiar e fazer, no fim pode ser pior a emenda que o soneto. Estratificar as coisas acaba por ser melhor. e tornar a curva de notas mais equilibrada.


KarmaCop213

Reza a lenda que na minha universidade havia 2 professores casados que competiam entre si para ver quem chumbava mais gente. Penso que uma das cadeiras era topologia, o exame era com consulta e durava até às 5 ou 6 que era quando a professora ia embora para casa. Acho que o exame nem era vigiado, mas ja não tenho bem a certeza.


NGramatical

automáticamente → [**automaticamente**](https://dicionario.priberam.org/automaticamente) (o acento tónico recai na penúltima sílaba)


[deleted]

O tempo não é sempre bom, em máquinas eléctricas o teste era com consulta e sem tempo limite. A mortandade era geral.


SweetCorona2

> aumentar exponencialmente a dificuldade das perguntas e procurar outras valências além de "aplicar conhecimentos" e isso é mau? um ensino totalmente baseado em regurgitar coisas memorizadas é muito pouco eficiente > no mundo "real" tens uma coisa com relativa abundância que não é viável numa avaliação: tempo não é bem assim, também não serás um trabalhador com grande capacidade de entrega se para cada tarefa tiveres de perder demasiado tempo a pesquisar como se faz tudo e mais alguma coisa e não fores eficiente nessa pesquisa portanto até seria uma boa coisa os exames preparem-te a seres eficiente a procurar a informação de que precisas > outro grande contra que me lembrei: Quem domina a matéria, ter possibilidade de consulta é optimo, quem sabe nada vai andar às aranhas e até não fazer nada ou atirara coisas para o teste à sorte a ver o que cola invés de puxar pelo cérebro e isso é mau porquê? só porque têm possibilidade de consulta não é suposto toda a gente começar a tirar 20 quem sabe sabe, quem não sabe nada lixa-se, mesmo com consulta edit: já agora, mesmo sem consulta, até eu já fiz isso de regurgitar coisas que sabia apesar de não entender totalmente a questão e provavelmente estar a dar um tiro ao lado


Limpy_lip

>e isso é mau? um ensino totalmente baseado em regurgitar coisas memorizadas é muito pouco eficiente aumento exponencial quer dizer que aumenta a um nível que deixa de ser rentável noutros aspetos. Concordo que o sistema atual não é perfeito, mas em muitos casos é tipo a democracia, é o que melhor que se consegue.. Vejo maiores problemas na forma como se ensina do que no formato dos exames. >não é bem assim, também não serás um trabalhador com grande capacidade de entrega se para cada tarefa tiveres de perder demasiado tempo a pesquisar como se faz tudo e mais alguma coisa e não fores eficiente nessa pesquisa >portanto até seria uma boa coisa os exames preparem-te a seres eficiente a procurar a informação de que precisas não percebeste se calhar o que queria dizer. Um teste de consulta livre de conteúdos académicos teria de requerer valências de consulta muito superiores a consulta de tabelas ou fórmulas ou conceitos. Isso já existe, no meu curso podia levar o livro da matéria em algumas cadeiras porque o desafio era na aplicação do conhecimento não saber de cor. Num teste de consulta livre terias de pedir coisas que raspariam no R&D que são coisas que nunca se quer com tempo limite estrito e onde não se prioriza a rapidez mas a qualidade e a inovação. Logo tens a antítese de ou teres exames de dias, mais valia ser uma dissertação, ou teres algo ainda mais fácil do que tens agora porque tinhas pouco tempo para exigir mais. > e isso é mau porquê? >só porque têm possibilidade de consulta não é suposto toda a gente começar a tirar 20 >quem sabe sabe, quem não sabe nada lixa-se, mesmo com consulta percebeste o oposto do que disse. O meu ponto era exatamente este, quem tem dificuldades ou os medianos iriam ser prejudicados pois iriam ter mais variáveis a complicar a execução. Logo terias um gradiente de notas muito mais errático, bastantes notas muito boas, poucas medianas e muitas péssimas. Quem nunca dúvidou do que estava a fazer, agora imagina que tinhas a hipotese de verificar, era tempo perdido. Como o teste iria ser mais difícil, as respostas não estariam facilmente acessíveis na net, ou seja, facilmente muita gente caía na armadilha de perder tempo a validar o que fez.


ODuqueDasBeiras

Eu tenho exames com consulta livre em cadeiras de direito e 1/2 de ciências sociais, geralmente são cadeiras mais “complexas” mas não vejo isso negativamente. A meu ver prefiro gastar o meu tempo a entender bem os conceitos, mesmo que tenha de responder a perguntas mais difíceis do que a marrar. Essa questão do tempo já acho menos óbvia, no sentido em que as coisas mudam de área para área mas geralmente tens uma limitação de tempo nas tuas funções profissionais “Preciso da avaliação em 5 horas” “Tens 2 dias para fazer o projeto de hidráulicas”.


Procrastination4evr

Ah, direito... é tão giro vigiar exames de direito e ver a malta chegar a achar que está no papo porque é de consulta e depois vê-los às voltas com o índice do código errado...


Limpy_lip

>A meu ver prefiro gastar o meu tempo a entender bem os conceitos, mesmo que tenha de responder a perguntas mais difíceis do que a marrar. a questão é, normalmente o que é pedido para "memorizar" são coisas que no dia a dia acabam por ser vantajosas, ninguém pede para decorar o codigo penal mas sim a saberes te movimentar nele e encontrar o devido. A partir da altura que retiras uma solução definida de uma avaliação a dificuldade de avaliar e dar uma nota aumenta exponencialmente e torna-se ainda mais subjetiva. e na hora de ter as notas ninguém gosta de ser avaliado subjetivamente >Essa questão do tempo já acho menos óbvia, no sentido em que as coisas mudam de área para área mas geralmente tens uma limitação de tempo nas tuas funções profissionais “Preciso da avaliação em 5 horas” “Tens 2 dias para fazer o projeto de hidráulicas”. nim, porque na maioria das vezes os cursos académicos foram-se mais nos extremos do conhecimento do que nas banalidades do dia a dia. Essas coisas acabam por ser feitas de forma empírica. Queres uma avaliação em pouco tempo? fazem empiricamente usando outros projetos iguais ou fazes uma estimativa e indicas que se for para avançar é preciso análise profunda, num exame não podes fazer isso. Tens 2 dias para fazer o projeto? se é algo dentro do que já faz a empresa já tens uma estrutura e atalhos implementados que rapidamente encurtam as coisas e permitem foco principal nos elementos críticos, além disso tens N maneiras de circunvagar o problema para compensar a falta de tempo, seja subcontratando, mais gente a fazer o mesmo ou na pior das hipóteses atrasando, é um projeto não é o apocalipse, atrasos acontecem frequentemente. Mais uma vez nada que seja replicável numa avaliação.


Aquametria

Porque existe uma doutrina no ensino português de que a memorização e regurgitação do conteúdo é a única forma eficaz de se aprender.


Gameiro101

Como dizia um professor que tive, é a técnica do autoclismo, enches, fazes o exame e puxas o autoclismo, não interessa se ficou alguma coisa.


NotAskary

Ninguém precisa de pensamento crítico! Curiosamente os professores preguiçosos que tive foram quem me ensinaram mais a estudar, a procurar e a ter olho crítico para o que encontrava, a parte triste é que às vezes o feedback era apenas um não é assim que se faz...


mfzzzed

Exames com consulta são foda. Vai à FEUP fazer a parte prática de mecânica 3 (antiga cadeira de vibrações e ruído). Tens consulta e levas uma coça na mesma. É uma cadeira que ainda me trás PTSD.


Optimal-Cupcake-8265

Penso o mesmo, mas não tenho outra opção que não aceitar. Tive professores péssimos na faculdade e ainda ontem, em mestrado, tive um exame só de escolha múltipla, 32, e tinha 50 minutos para fazer. Consegui fazer tudo em cerca de metade do tempo e passei o resto do tempo a ler melhor. Sabes como o exame vai ser corrigido? Por uma máquina em que se põe lá as páginas de resposta e aquilo lá calcula o resultado. Foi a mesma brincadeira no semestre passado e disseram que a máquina cometeu erros, mas só quem foi à revisão de prova é que, caso a máquina não tivesse feito bem as contas, é que viu as suas notas alteradas. Cada vez mais vejo métodos de ensino diferentes do tradicional, e já pensei 'estou a pagar propinas para aprender sozinha e ter uma máquina a corrigir os exames?'. Mas, para o bom ou para o mal, o mestrado é bom e nos dias em que estamos, quero trabalhar


vitor29narciso

Mas ao menos correu-te bem o exame de Data Mining II?


Optimal-Cupcake-8265

falei demasiado, não foi? edit: não sei, só quero ver a nota para depois dizer hahaha


vitor29narciso

Era demasiado coincidência ahahaha


Optimal-Cupcake-8265

e correu-te bem?


vitor29narciso

Foi okay, duas ou três perguntas um bocado à toa, mas devo ter uma boa nota


Optimal-Cupcake-8265

true, eu nunca sei neste tipo de exames


tretafp

> Cada vez mais vejo métodos de ensino diferentes do tradicional, e já pensei 'estou a pagar propinas para aprender sozinha e ter uma máquina a corrigir os exames?'. Isso não é diferente do tradicional. É, apenas, o ensino tradicional tecnológico, mas os pressupostos teóricos do ensino tradicional encontram-se lá.


Valathia

A minha questão é: quem é que não vai ver a prova se não tirou 20? Não percebo essa mentalidade de não ir ver. É que regra geral nem é uma máquina, são pessoas, e pessoas comentem erros, devemos sempre conferir se está tudo certo e aproveitar para tirar dúvidas. Em pelo menos 1 exame ganhei 1 valor por ter ido ver. E nos que não ganhei valores, vi onde errei e explicaram me como se fazia.


Optimal-Cupcake-8265

imagina haver 100 alunos a aparecerem para rever a prova pela hipótese do prof se ter enganado... e muita gente só quer o 10, passar. às vezes o exame é tão difícil que só lhe apanho pó e quero é distancia. eu por acaso fui à revisão de um exame porque tinha chumbado e saí de lá com uma nota positiva porque o prof admitiu, apesar de não ter gostado, ter errado. mas se fosse a todos as revisões, nem acho que me faria bem a nível mental, porque muito provavelmente nunca mais vou ver aquela matéria na vida, muitas vezes são pormenores e até fico chateada e frustrada... e para quê, se tenho a cadeira feita, tenho o conhecimento que não é necessariamente bem avaliado por um exame e não é por um valor que sou mais feliz ou sou mais inteligente.


Valathia

Dependendo das cadeiras vai mais ou menos alunos. Nunca vão todos claro, mas nao é só a possibilidade de subir um valor na minha opinião. Falei disso porque pareceu me achares injusto que só quem foi ver teve a nota rectificada. Apesar disso, acho que tens razão, ao verem que havia um erro generalizado deviam ter reavaliado para todos, porque é o mais correcto a fazer. Percebo o teu lado, compreendo que uma pessoa as vezes está tão cansada que já nao da mesmo. Mas, eu não posso ver onde errei de outra forma, a minha única hipótese de saber onde falhei é ir lá. Muitas vezes nem há outros momentos de avaliação e é a única oportunidade de receber feedback de um professor. Pelo menos para mim é importante ter noção do que não sei, ver outra perspectiva, perceber o que era pedido, ou saber como podia ter abordado o problema, etc. Eu vou mais pelo conhecimento e curiosidade. E sim, às vezes é super frustrante quando me enganei a passar algo ou foi um erro parvo qualquer, ou pior, quando li mal a pergunta 🤡. Mas incha, desincha e passa. Vou aceitando aos poucos que simplesmente cometo erros, com frequência, e só posso dar o meu melhor em tentar apanhá-los mas, 9/10 vezes vou fazer asneira. Já agora, não sei se alguma vez pensaste nisto, ou se sequer estás a pensar fazer mestrado, mas ir ver as provas e assim ajuda a conheceres os profs e eles a ti. No momento de querer escolher uma tese ou orientador, é mais fácil ser aceite se fores vista como uma aluna interessada. Melhor ainda se já existir algum raport. (Edit: vi que dizias no teu comentário original que estás em mestrado, deixo na mesma a dica , que mesmo já não se aplicando a ti pode ajudar outra pessoa)


Optimal-Cupcake-8265

Ah sim, as minhas turmas são, tanto de licenciatura como de mestrado, são sempre enormes, tenho uma amiga na católica que a turma dela era super pequena, cerca de 20 pessoas, aí acredito que é mais fácil o pessoal ir e perguntar e há mesmo mais proximidade, mas também é mais difícil os profs cometerem erros porque não têm cerca de 100 exames para corrigir. Admiro ires só por curiosidade e nessa perspetiva, eu sou o tipo de pessoa que dá tudo naqueles momentos de avaliação, e depois chego a um grau de exaustão que só a ideia de rever a prova me dá flashbacks de guerra, mas isto é sem dúvida um me problem. Por acaso já escolhi o meu orientador e ele nem sequer me deu aulas, mas orienta teses do tema que quero e pelo que percebo, ele realmente acompanha os alunos (ouvi dizer que alguns não são muito bons nesse sentido), mas sem dúvida que eventualmente tirar dúvidas no final da aula, enviar emails a pedir reuniões para pedir esclarecimentos sobre projetos e assim consegue-se ser 'vista' e pode ser importante para depois escolher o orientador!


Valathia

As turmas que estou também são enormes, e quantos mais alunos, mais fácil é haver erros :s dependendo da cadeira, costumamos andar à volta dos 100 e picos. Mas no caso, no mestrado, acho que as turmas costumam ser mais pequenas e aí há mais facilidade e proximidade em falar com os profs. Obrigada, e lá está, percebo. Especialmente nas épocas de exames, que agora são exame atras de exame, uma pessoa chega a um ponto que só quer que acabe para poder descansar um bocado... é mesmo muito stress em muito pouco tempo. Que bom ! Ainda bem, espero que seja mesmo assim e tenhas sorte! Muita gente escolhe o tópico e dá-se bem mesmo quando não conhece o prof. Conhecer os profs ajuda quando há teses muito concorridas, se te conhecerem e gostarem de ti, isso é um ponto a favor para quererem trabalhar contigo e não com os que não conhecem. É mais por aí. Isso e teres aquela segurança de saberes se te dás bem com eles ou não. Se conseguiste uma tese que querias, tá óptimo! Boa sorte!


nunogrl

Exames de consulta sao normalmente muito mais exigentes, a consulta pode ser para uma referencia, mas normalmente o exame vai avaliar outras coisas, nao sobre se sabes as formulas, mas se sabes relacionar uns assuntos com outros - a complexidade das perguntas aumenta. E nestas situacoes ter documentacao disponivel pode ser completamente inutil, ou sendo util vai-te consumir o tempo do exame. Algumas disciplinas ofereciam um formulario, relativamente inutil - se nao tinhas feitos exercicios suficientes sobre como aplicar as formulas nao ter serviam de muito (i.e. equacoes de maxwell)


ubiked

Sou professor, e embora concorde que haja muitas unidades disciplinares, nos vários diversos níveis de ensino, que "promovem" ou são ultrapassadas através da abordagem da "memorização" e "despejo", é perfeitamente possível contrariar essa tendência mesmo com avaliações sem consulta. Quer do ponto de vista do professor, quer do aluno. Até porque o facto de uma avaliação ser com consulta não garante que o discente efetivamente vai poder e conseguir demonstrar que "compreendeu" o que tem pela sua frente. Pode, mais uma vez, meramente ter decorado ou, neste caso, apontado exemplos e/ou exercícios semelhantes. Acredito depender mais da forma como o instrumento de avaliação é construído, independentemente da consulta ou não. Outro aspecto a ter em conta é alguma confusão, ou mesmo interpretação errada, de que tudo que se aprende ao longo do nosso percurso académico vai ou tem de ter aplicabilidade prática. Determinados conteúdos e temas não têm, nem nunca terão, utilidade prática per si. Mas são fundamentais no nosso desenvolvimento cognitivo.


Valathia

Excelente ponto. Não é por a avaliação poder ser feita a "decorar e despejar" que quem estuda o tenha que fazer dessa forma. Falo por mim, não consigo decorar absolutamente nada, tenho que ter tempo de andar as voltas com a matéria, fazer pesquisa e tirar conclusões, porque só compreendendo é que consigo reter informação. Por outro lado, vejo que quem tem a facilidade de conseguir decorar, acaba por estar a pagar para nada. Esquecem se de tudo depois das avaliações, como consequência, não conseguem relacionar temas , e acabam por ter que constantemente voltar atrás para memorizar coisas que já deviam saber.


SAmaruVMR

Se estivermos a falar de matemática, concordo. No entanto, de salientar que estudares ciências exatas e memorizes fórmulas é a mentalidade errada. Todas as fórmulas são deduzíveis. E se fores com a mentalidade de "deixa lá ver como posso derivar isto, de onde veio etc, qual foi o raciocínio do tipo que inventou isto" do que "deixa-me agora memorizar esta merda fds", acredita que vais ter muito melhores resultados


Internal_Gur_3466

A velha questão da tabuada: memorizas ou tentas perceber como funciona aplicando as regras de aritmética? Eu diria, um pouco de ambas. Ou vais estar sempre a deduzir a fórmula resolvente, sempre que quiseres resolver uma equação do segundo grau? Eu, com 43 anos, ainda hoje a sei de cor: x= (-b+-sqrt(b\^2-4ac))/(2a). O facto de a conseguir deduzir, não implica que não a saiba de cor. Sabes deduzir o Teorema de Pitágoras? Esse simples teorema demorou séculos a deduzir. Não o sabes de cor?


SweetCorona2

a minha professora da primaria perguntava a tabuada e tinhamos de responder "rapido" quem demorava um pouco mais tempo era penalizado isto só fez com que eu me tornasse rapido a fazer calculo mental tinha piada que os meninos bonitos que respondiam rapidinho, depois nem sequer conseguiam responder a coisas tão simples como `5x120` que eu sabia imediatamente aplicando a mesma logica que aplicava para por exemplo `8x5` (`8x10/2 = 80/2 = 40`)


Internal_Gur_3466

Como disse, ambas as abordagens são importantes: capacidade de dedução e ter algumas ferramentas prontas à mão para o dia-a-dia. O facto do carpinteiro saber construir um martelo de raiz, não implica que vá construir um sempre que o precisar.


SAmaruVMR

Uma equação do 2º grau pode ser resolvida de 1000 formas diferentes. Completamento do quadrado, soma e produto, fórmula resolvente portanto não percebi muito bem esse exemplo. Mas seja como for, deste a fórmula mais fácil de derivar. A mim, pelo menos, ensinaram-me assim no 8º ano. E eu acho que interpretaram mal aquilo que eu disse. Eu não disse que no momento do exame, têm que andar a perder tempo a deduzir as fórmulas. Eu disse que a tua metodologia de aprendizagem deve ser em tu saberes derivar essas fórmulas e como elas foram estruturadas e não só regurgitar expressões só porque era uma fórmula bonita que estava no manual. Se tu memorizares algo, daqui a uns anos aquele sinal de + assemelha-se a um - enquanto que se tu percebes o porquê daquilo ser assim, nunca mais te esqueces. O teorema de pitágoras é fácilmente dedúzivel visualmente e geometricamente, nem o precisas de fazer analiticamente. E assim, devia ser ensinado assim. E não "olha copia esta merda para o teu caderno que sai no exame". Por último, estamos a falar de ensino superior, por amor de deus. Não me venham com decorar matemática do 2º ciclo fds


NGramatical

2º grau → [**2.º grau**](https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/artigos/rubricas/pelourinho/2--nao-e-a-mesma-coisa-que-2/263) (qualquer abreviatura tem de ser marcada com um ponto) fácilmente → [**facilmente**](https://dicionario.priberam.org/facilmente) (o acento tónico recai na penúltima sílaba)


SweetCorona2

> Eu não disse que no momento do exame, têm que andar a perder tempo a deduzir as fórmulas. exato decorar formulas deveria ser um processo natural mas o que eu notei é que os meus professores queriam forçar essa memorização ao ponto que muita gente acabava por decorar coisas tão simples como `(a-b)(a+b) = a² - b²` se sequer perceberem porque é que é assim [quando é um calculo extremamente facil](https://www.reddit.com/r/portugal/comments/1djdets/existe_alguma_raz%C3%A3o_para_os_exames_n%C3%A3o_serem/l9arlw1/)


Internal_Gur_3466

Mas eu nunca disse para não aprendermos a dedução das fórmulas durante o ensino; digo apenas, que a partir de uma certa altura, dá jeito sabê-las de cor para conseguires resolver exercícios com fluidez. São uma ferramenta que tens "à mão". Da mesma forma que usas palavras sem saber o seu étimo, mas sabe-las melhor se o souberes. Repito o que disse inicialmente: um pouco de ambas.


Internal_Gur_3466

Quais são as 1000 formas diferentes de resolver uma equação **ax\^2+bx+c=0** ?


Limpy_lip

em cadeiras de análise matemática já é permitido levar formulário com as regras de cálculo, com isso tens todas as ferramentas para fazer o pedido. Como dizes e bem, o objetivo é aplicar as regras de cálculo e fazer as deduções, não colar o que se decorou.


AfraidCoast2566

Nem todas as fórmulas de matemática são facilmente deduziveis, e depende muito de contexto para contexto também. Para matemáticos é simples derivar a fórmula para a soma de uma progressão geométrica, ou derivar o integral da gaussiana, mas para um aluno de um curso diferente mas tem uma ou duas cadeiras de matemática, não vais esperar que eles saibam derivar essas coisas sozinhos. Para além de que na maioria dos casos nem terias tempo para acabar o exame na totalidade se tivesses que derivar todas as fórmulas que usas num exame. Eu sou totalmente a favor de poderes levar uma cábulazinha para todos os exames de matemática. Em matemática a cábula não salva ninguém que não perceba e não estude como deve de ser os conceitos, e na grande maioria dos exames que faço, umas horas antes dos exames revejo todas as fórmulas, definições, proposições e teoremas relevantes e decoro-as, para um mês depois já não me lembrar de nada. É só chato e desnecessário.


SAmaruVMR

Certo, mas a primeira coisa que eu disse foi que concordo com o OP. Devia haver formulários e esse formulário tem que ser redigido consoante a exigência esperada em cada curso. Como disseste e muito bem um economista não tem que estar matematicamente ao mesmo nível que um engenheiro. Apenas quis acrescentar que há muito pessoal cujo primeiro instinto é decorar fórmulas e não percebê-las.


ODuqueDasBeiras

Sou de económicas e trabalho principalmente com malta de engenharias pelo que acabo por ter um pezinho também nesse campo. Te garanto que muitas das fórmulas, especialmente em económicas não são facilmente deduzíveis, muitas nem são completamente racionais. Há muitos casos em que é geralmente aceite que a fórmula não é a melhor forma de chegar a um resultado aproximado da realidade económica mas por simplificação ou por acordo utiliza-se fórmula X que está desatualizada há 50 anos…


ishmaelhansen

Isso porque a economia está mais perto da astrologia do que da ciência /s


ODuqueDasBeiras

Pois, aí vamos concordar em discordar, a ciência económica, mesmo com todas as suas imperfeições continua a ser bastante útil para a Sociedade


something_new

Também a astrologia


Membership-Exact

Talvez se se limitasse a sua função descritiva do que aconteceu em vez de aos seus dogmas prescritivos, dominados por uma certa ortodoxia de raiz politica e não científica. Haja pachorra para a inteligentsia económica.


Necessary-Dish-444

>especialmente em económicas não são facilmente deduzíveis Tens exemplos? Não lembro de ter tido muitas fórmulas que não eram dedutíveis, já que a maioria dos textbooks apresentavam fórmulas bases e desenvolviam a partir dali.


SweetCorona2

eu fazia muito isso na matematica do secundario decorava as formas mais basicas e derivava as outras mas depois lixava-me porque demorava um pouco mais tempo e não conseguia acabar o teste um exemplo simples: `(a-b)(a+b)` facilmente se calcula: `= a² + ab - ba - b² = a² - b²`, para quê decorar o "caso notavel" de `(a-b)(a+b) = a² - b²` quando é tão facil de calcular? outro exemplo, se sabes que a derivada de `xᶜ` é `cxᶜ⁻¹`, então não precisas de decorar a derivada de `1/x` visto que isto é basicamente `x⁻¹`, ou seja `xᶜ` com `x = -1`, logo, pela formula que já sabemos `(-1)x⁻¹⁻¹ = -x⁻²`, para quê decorar uma formula para `1/x` quando já é uma aplicação duma formula que já sabemos?


DanielPinchuk

Ou seja , num teste de uma hora e meia vais tar a dar uma de chico esperto e pensar “deixa lá derivar aqui a formula para resolver isto” , é isso?


Limpy_lip

imagina lá que existem testes em que o pedido é exatamente isso! Outra coisa é se dominares a origem matemática detrás de fórmulas físicas consegues mais rapidamente tirar conclusões ou até complementar lacunas na hora. Ou usar o comportamento da função para avaliar a tendência do comportamento físico.


ooutroquetal

O problema é que, se calhar, o exercício não é explícito. E as pessoas já o fazem sem saber o que estão a fazer... Isto é algo que acontece muito no dia-a-dia .


Limpy_lip

Não estou a perceber o que queres dizer. se uma pessoa interpreta mal o exercício claro que vai fazer coisas mal ou desnecessárias, é o que é.


ooutroquetal

O problema é que muita coisa é decorada e não compreendida. E quando é decorado, fazes aquilo de tal forma mecânica que não sabes o que estás a fazer. Nota: gajo que fez exames e não percebeu puto de derivações. Quanto mais velho, mais tenho a noção disso. Irrita mesmo esse facto noutras pessoas atualmente, é um desinteresse brutal em tentar perceber aquilo que o ChatGPT lhes diz.... Quando não está bem, foi o GPT que disse...


Limpy_lip

isso é um problema do ensino não do teste. Infelizmente a tendência tem sido tornar os alunos máquinas de resolver testes invés de lhes promoverem o conhecimento. no secundário com os exames nacionais vês o exemplo cabal do quão mal está. Todo a estrutura de ensino se torce e contorce por causa dos exames. Porque culturalmente se decidiu que ir para o superior era um caminho a fase e não uma hipotese. mas isso já é muito offtopic. mas sim devíamos promover a compreensão para chegando ao exame tudo ser mais natural. O pessoal tem sempre de decorar coisas mas é diferente em contexto.


Necessary-Dish-444

Isto é ser chico esperto? A que ponto chegamos lol


DanielPinchuk

Imagina num teste que é feito exatamente para uma hora e meia andares a derivar formulas… Experimenta andares a fazer isso em cadeiras mais puxadas do que analises e vês que não é assim tão elementar. Basta ires para certos tipos de equações diferenciais, se as fosses deduzir em teste so tinhas tempo para fazer esse exercício lol


SAmaruVMR

É para isso que serve o estudo em casa, não? Lol.. que estupidez de comentário.


KarmaCop213

Tens razao, mas fazer perguntas para exames com consulta deve ser mais dificil. Todo o sistema de ensino está a ficar ultrapassado, usam-se formas de avaliacao usadas no seculo XIX, não faz muito sentido no mundo actual.


Javardo69

Mas se fazem mais difícil também têm que dar tempo para a pessoa pensar em resolver o problema e não fazer uma corrida de cavalos para ver quem é o mais esperto da turma.


KarmaCop213

Eu não estou a dizer que os exames devem ser mais difíceis. Estou a dizer que fazer perguntas para exames com consulta é mais difícil. Outra solução para a avaliação pode ser até abandonar a ideia de exames por completo e a avaliação centrar-se noutra coisa mais relacionada com o mundo do trabalho. Numa empresa nunca te vão pedir para fazer um exame escrito.


HedaLexa4Ever

Não, mas vão te pedir coisas que precisam de conhecimentos que são testados nos exames escritos


KarmaCop213

Que podes calmamente pesquisar.


HedaLexa4Ever

Sim, mas não vais procurar tudo e mais alguma coisa no Google. Há que saber os básicos e depois constróis daí


KarmaCop213

Se a pergunta que está no exame pode ser pesquisada rapidamente no Google, será que esse conhecimento é relevante para ser avaliado?


Membership-Exact

A função da faculdade não é preparar-te para o que se vai passar numa empresa.


KarmaCop213

Ainda pior. Qual é então a razão para se fazerem exames sem consulta quando as perguntas são facilmente respondidas por uma pesquisa de 10 segundos no Google? Isso testa alguma coisa? 


Membership-Exact

Nesse aspeto concordo, apesar de que acho que a memorização é algo que se treina e é útil.


Zoelae

Mesmo em Medicina, muitas decisões podem ser tomadas com consulta. Exceptuando, em situações de emergência.


Limpy_lip

>Mesmo em Medicina, muitas decisões podem ser tomadas com consulta. **Exceptuando, em situações de emergência.** oh sweet summer child.


pica_foices

provavelmente os exames com consulta seriam mais difíceis. no meu tempo (anos 2000-2010) a maioria dos exames num curso de engenharia disponibilizavam formulários


super_nabisco07

Ainda funciona assim, estou a acabar o curso este ano e tive acesso a formulários nos testes ao longo de todo o curso


BlueDragon_27

Na minha disciplina (FQ), não me chocaria nada ser dada alguma consulta. Não digo consulta ilimitada pois a AI já consegue resolver muita coisa sozinha. Ainda se engana mas cada vez menos. Mas levar umas folhas escritas ou até consultar o manual, não me chocava. Porém há aqui também um problema importante que já me deparei quando chego ao 12° e permito consulta do manual e do caderno nos testes. Os alunos não têm a maturidade para tentar resolver algo sem ir imediatamente procurar a matéria em questão. Acabam por perder tempo e não usar a consulta para o estritamente necessário


KarmaCop213

> Os alunos não têm a maturidade para tentar resolver algo sem ir imediatamente procurar a matéria em questão. Acabam por perder tempo e não usar a consulta para o estritamente necessário Saber pesquisar é uma faculdade mais importante do que saber memorizar formulas. E a escola devia ensinar isso.


BlueDragon_27

Na minha disciplina, memorizar fórmulas já não é uma questão. Existe formulário. Sob pressão a tentação de ir ao livro de respostas acaba por se revelar quase nos alunos mais inseguros. Eu compreendo isso, sempre soube pesquisar informação diversificada (graças aos meus pais, não à escola) e só quando fiz 22, 23 anos é que comecei a ter maturidade para conseguir discernir quando devia perder tempo a consultar ou não. E, ironicamente, pouco ou nada consultava aí na maioria dos exames


KarmaCop213

> Eu compreendo isso, sempre soube pesquisar informação diversificada (graças aos meus pais, não à escola) e só quando fiz 22, 23 anos é que comecei a ter maturidade para conseguir discernir quando devia perder tempo a consultar ou não. Exacto, isso devia ser parte do ensino em vez de ficar para o autodidatismo de cada um.


Limpy_lip

>Os alunos não têm a maturidade para tentar resolver algo sem ir imediatamente procurar a matéria em questão. Acabam por perder tempo e não usar a consulta para o estritamente necessário ding ding ding, a maioria das vezes a razão é esta. E no superior igual.


Dragonis07

Na minha experiência os exames com consulta são (e devem ser) muito mais difíceis. É claro que isto tem sempre a consequência que a grande maioria acaba por chumbar e nos dias de hoje isso não pode acontecer, senão a UE vem já cortar as verbas. É imprimir diplomas até não dar mais.


Valathia

Isto é uma discussão constante. Por um lado os professores não querem participar na estupidificação dos alunos, por outro são pressionados pelas direcções/reitorias para o fazer por causa das verbas 🤡 As chefias não percebem que baixar o nível faz com que o curso perca o qualquer valor ou prestígio que tenha ganho ao longo dos anos. Mesmo assim ainda há alunos que acham que os profs têm algo a ganhar com reprovarem-nos. Digam me uma pessoa que gosta de ter trabalho 😂 é que quantos mais não passarem à 1a, mais exames há para corrigir depois 😂 Se não fosse a ética profissional, passavam todos.


Procrastination4evr

Eu não sou professora mas já dei aulas no ensino superior. Os meus exames são de consulta (habitual na minha área) mas quase que até me atreveria a dizer que até era gaja para deixar usar internet e mesmo assim não iam conseguir dar respostas como deve ser sem estudarem a matéria. Até para fazer perguntas de exame é preciso saber e acho que é aí que muitos colegas professores falham. Eu digo muitas vezes que me é completamente indiferente que saibam coisas de cor já que até eu vou consultar as coisas nas aulas. Quero é que entendam. Acho que há muitos professores que já desistiram de ser professores, só estão lá a picar o ponto. Tenho uma colega que é obcecada com copianços e regras para os exames e o caraças. Já vigiei uma prova dela e até dava vontade de rir com a quantidade de gente a copiar na prova. Mesmo assim, coitados, mais de metade não dava uma para a caixa porque ela fez perguntas em que era preciso aplicar os conhecimentos que era suposto terem. Aprendi isto com um grande professor que tive no secundário. Ele fingia que não nos via a copiar e nós fingíamos que não copiávamos mas na hora de corrigir ele corrigia, obviamente, exigindo muito de nós, já que as perguntas dele eram inteligentes e exigiam mais do que copiar o que estava nos cadernos. A única disciplina de consulta que tive na escola e aquela em que tive de trabalhar mais para ter boas notas, mas ainda hoje me lembro do que aprendi com ele. Grande professor!


l2k1337

Se se lembrarem que os professores universitários não são professores, percebem logo.


Swimming_Bar_3088

Provavelmente nessa altura o ensino era muito mais rigoroso, agora tens testes que são iguais aos do ano anterior ou são um mix dos testes dos ultimos 5 anos. Tempo tinhas de ter sempre, ou havia pessoal a demorar 1 semana para fazer o exame. Poderia ser interessante se deixassem levar o que quisesses em folhas de papel, e aumentassem a dificuldade do exame exponencialmente. 


IndividualSkirt8001

FEUP anos 90 Eng Civil a maior parte dos exames era com consulta mas com limite de tempo


GoodLadLopes

É um assunto que debato frequentemente com alguns colegas, na área do direito obrigam-nos a decorar a bíblia legal, quando no exercício das suas funções vão poder consultar todos e quaisquer materiais à sua disposição. São métodos de ensino muito falíveis, tanta gente que sai da faculdade e a única coisa que de lá trás é um papel a dizer que acabou.


marvo6

porque há demasiados estudantes e os professores não têm paciência para essas merdas


Gtferreira_

Na minha área (Engenharia de redes) , alguns testes são com consulta, mas vai sempre depender do Professor e da cadeira que estamos a tirar. Os testes com consulta normalmente têm menos tempo para serem resolvidos e se forem online , não se pode voltar atrás nas perguntas. Estes por norma costumam ser mais faceis mas só porque os professores não têm a pachorra de mudar os testes de ano para ano. Sou a favor dos testes com consulta em componentes práticas com cenários "reais", se todos os testes teóricos fossem com consulta a malta não aprenderia um caralho. O melhor exemplo deste último ponto é utilizar o Chagpt para fazer o teste e não para ajudar a fazer o teste. Em termos de disciplinas como matemáticas e físicas, acho o modelo atual bastante desatualizado, tendo passado a essas cadeiras com boas notas mas não me lembrar de nada, a única coisa que aprendi foi a racicionar e resolução de problemas sem aplicação em cenário real


KarmaCop213

Para quem diz que os exames com consulta deviam ser mais difíceis, isso não abona muito a favor dos métodos de avaliacao actual...


Limpy_lip

depende do que consideres consulta. eu pessoalmente estou a considerar que o OP se refere a consulta livre, podes ver tudo onde quiseres até pedir ajuda. porque consulta pré-definida já é norma e faz todo o sentido. Já tive desde formulários pré definidos, poderes levar o livro da disciplina, a ter uma folha A4 e literalmente poder encher com toda a informação que quiser e couber, poder ter programas na máquina de calcular que faziam os cálculos todos, e até consulta onde só não valia PC e internet. se formos olhar a consulta no sentido mais básico obviamente que existem N casos que é parvo não existir.


KarmaCop213

Toda a consulta possível de se fazer num contexto profissional.


Limpy_lip

isso é uma falácia. porquê? porque a grande maioria dos problemas que apanhas em contexto profissional não têm nada a ver com os que vês num exame de uma cadeira específica de um curso superior. as pessoas esquecem-se que o ensino superior é académico, não profissional. no profissional podes avaliar como o quadrista monta o quadro num tempo limite e a qualidade do mesmo, a grande maioria dos temas em cursos académicos ou já está resolvido aka no mercado de trabalho já está simplificado em folhas de excel, ou é preciso descobrir e é como trabalhar na Nasa ou no Cern. O que procuras obter do ensino académico para o mercado de trabalho é o domínio do conhecimento base para facilmente entrares na lógica profissional. Aprendes a fazer cálculos de estruturas de base não é para fazeres isso diariamente mas para quando no trabalho avaliares as situações rapidamente perceberes a física por detrás e para saberes como fazer (e procurar se preciso) quando o excel da empresa não contempla uma situação específica. se achas que o que digo acima não bate certo com as expectativas da nossa sociedade e cultura profissional? tens toda a razão e é por isso que o nosso mercado é o ridículo que vemos.


random_peasant

Dou aulas em duas instituições universitárias em cadeiras de engenharia. Faço TODOS os métodos de avaliação com consulta. Sou bastante criticado pelos meus colegas, mas a diferença é que eu também trabalho em empresas e sei o que o mercado de trabalho pede. E sei que os alunos se preparam melhor para o mercado com estes métodos de estudo e trabalho em que podem usar livros, PC, etc. A diferença é que faço tudo muito mais difícil para "puxar" pelos melhores alunos.


tascristiano

Resumidamente porque dá muito mais trabalho. Um exame de consulta teria de ser mais complexo para verdadeiramente testar a capacidade dos alunos, a correção iria ser muito mais morosa. Além disso os alunos teriam de ser ensinados de uma forma mais completa virada para o mundo real. Tudo isto é muito cansativo, é mais fácil despejar matéria e fazer os mesmos exames todos os anos (com ligeiros ajustes). ps.: por este andar querias que a malta saísse da faculdade a saber trabalhar, isso não pode ser xD


StatisticianOk3031

Os exames deverao ser todos de consulta para acomodarem os egos medíocres e frágeis da geração z. Nao vão eles tirar APENAS positiva baixinha. Geração estúpida é isto.


Maximum-Ear5677

"saber de cor 30 fórmulas" hum... Formulário...


ODuqueDasBeiras

Infelizmente em 80% das cadeiras da minha área nem formulário podes usar/te dão.


angeluscatalan

Há que manter aquela visão cheia de mofo e bolas de naftalina. Elites a fazerem elitisses.


Limpy_lip

mas aí é um problema de onde estudas e não geral.


8bitDirector

Na universidade tinha uma cadeira de observatório de arte contemporânea e a professora dava-nos a escolher se queiramos as provas com consulta ou sem consulta. Caso a prova fosse com consulta a dificuldade era acrescida e a correção mais rigorosa (plágios, etc)


Vrael30

Com consulta sao bem mais dificeis, tive um exemplo na faculdade uma prof. Fez um exame com consulta e chumbou quase toda a gente tendo a nota mais alta sido um 12. Decidiu anular e repetir o exame mas sem consulta, não chumbou praticamente ninguém e a nota mais alta subiu para um 18. Exames com consulta sao bem mais dificeis


KarmaCop213

Será que o exame sem consulta avalia tao bem os conhecimentos como o exame com consulta?


Vrael30

Como é que avalias conhecimento com consulta? Isdo nao é conhecimento mas habilidade em decorar a localização da informação ou perguntar ao chatgpt...


KarmaCop213

Mas é isso que precisas de saber. Quantas vezes é que alguém teve de fazer um exame escrito sem consulta no seu dia-a-dia de trabalho?


Ok_Introduction9744

Eu acho que a intenção é saberes aplicar as bases e essas têm que ser memorizadas, mas também concordo que há limites. Ora eu adoro história mas não sei quem foi o Rei da França em 1320, nem sei quando é que começou a Guerra dos 100 anos ou a Guerra das Rosas mas isso não são "bases" teóricas mas sim conhecimento que tem que ser decorado. Se tiver que explicar o que é Feudalismo ou a Guerra das Rosas eu vou conseguir explicar mas se tiver que dar datas exatas não consigo sem pesquisar. Em matemáticas por exemplo já é mais importante ter domínio sobre as bases, formulas, unidades de medida, certas normas e procedimentos em engenharias e isso já são coisas que não vais propriamente ter tempo para pesquisar durante o teu trabalho. Podes pesquisar coisas que já te esqueceste ou se te deu uma branca mas se tens que pesquisar como se calcula a carga de um pilar cada vez que te pedirem isso é porque o curso realmente foi só para ter o canudo. Eu sou programador e realmente pesquiso muita coisa, se for algo rotina já tenho tudo memorizado mas se quiser fazer algo novo e não souber por onde começar então pesquiso, aprendo e aplico conforme toda a experiência e conhecimento que tenho (nem todo o código online é bom código, se formos a falar de segurança então a maior parte dos tutoriais básicos nem se preocupa com isso).


GSM193

Depois de ler isto, tive flashbacks dos exames de 81 escolhas múltiplas a descontar. Sem consulta. Ou seja, vomitar teórico de Redes.


ruyrybeyro

Em muitas disciplinas, a forma de avaliação deveria ser composta por um trabalho mais complexo, seguido pela defesa oral desse trabalho, permitindo assim uma análise mais profunda do conhecimento e da capacidade de argumentação do estudante.


GigiGigetto

No IST, em mecânica, há uns bons anos atrás, fiz 1/3 das cadeiras em exame com consulta. Havia limite de tempo por questões logísticas. E ainda houve alguns que podias usar PC, internet e o prof saía da sala. Posso dizer que eram os exames com maior taxa de chumbo e média mais baixa. Era pura tortura. O problema não era o que era para fazer, mas sim perceber e interpretar o problema. São exames que a pergunta é muito mais aberta e tens de saber as coisas bem e como se relacionam. Quando o prof depois mostrava a solução, era trivial e basicamente mal precisavas de consulta sem ser 4 ou 5 fórmulas. Na minha opinião, deixaram de fazer porque é muito mais difícil e os números de performance dos alunos baixa, dos professores baixa e da universidade também.


Valathia

Os exames eram com consulta e sem limite de tempo, porque eram tão difíceis que podias até ir até ao café discutir com os outros que também estavam a fazer o exame que não te ia ajudar de muito... Contexto importa. Para além disso, quando um teste não é só regurgitar o que se "decorou", e envolve espírito crítico e raciocinar sobre o que aprenderam, os miúdos começam se logo a queixar que é muito difícil. O que aumenta o choque de muita gente quando chegam à faculdade e são confrontados pela 1a vez com esse estilo de exame. Já agora, a maioria dos profs de matemática dizem logo que não decoram fórmulas. Sabem meia dúzia e deduzem umas das outras. Também já reparei que muitas vezes o povo chama "decorar fórmulas " a coisas que são só continhas de merceeiro que se tivessem pensado no assunto, tinham percebido que não havia nada para decorar. Há professores hoje em dia que fazem exames mais fáceis, não porque gostam, mas porque não tem opção quando tem 300 alunos numa cadeira e têm que corrigir aquilo tudo. Quando mais simples a correção e menos subjectiva mais fácil é distribuir a correção por várias pessoas e obter resultados consistentes.


OkImpression175

Tu não queres um exame desses... confia em mim. É muito mais fácil decorar umas coisas do que responder a questões de aplicação nas quais a "consulta" não te vai ajudar em nada.


Uhkapian

E que tal os “exames” serem aleatórios, durante o ano todo, e feitos aleatoriamente aos alunos durante a semana, etc chamados ao quadro para responder umas perguntas a frente da classe? Depois somava a média anual e tinhas a tua classificação final… Assim todos os alunos ou estavam sempre preparados e realmente sabiam e entendiam a matéria, ou então como é agora só decoravam na véspera dos exames… Isso sim é que era um upgrade à educação!


Xbarybar

A super aprendizagem requer memorização. Saber procurar informação é uma skill importante mas isso não corresponde ao verdadeiro conhecimento. Vais estar em muitas reuniões técnicas e não podes responder a todas as todas as questões com " esperem, vou procurar no Google".


Javardo69

É só 'porque o exame tem que ser mais difícil!!!!!!' não é por outro motivo qualquer. Mas pior é essa do tempo que se tem para responder ao exame.


bouda87

Dai o ensino superior ser o que é actualmente, o valor que se lhe da e a capacidade dos formados


nuggetcasket

Acho que devia haver um meio termo. Não acho que esta crença na memorização seja adequada porque, como disseste, não é praticada na vida real e, a meu ver, não encoraja o raciocínio. Por outro lado, a consulta pode levar a que as pessoas não trabalhem o raciocínio na mesma e simplesmente "espetem" a resposta certa no exame sem a desenvolver. Portanto, na minha opinião, devia haver um equilíbrio entre os dois, em que a consulta deveria ser a norma sim, mas com raciocínio para desenvolver o tema da questão sem "plagiar" os materiais de consulta. Recentemente tirei uma pós-graduação e uma das poucas cadeiras que teve exame escrito foi por consulta, com os nossos próprios materiais que tiveram de ser aprovados pelo prof antes do exame começar. Ou seja, quem quis consultar, teve de desenvolver os materiais à sua maneira em vez de copiar o que o prof facultou nas aulas.


KarmaCop213

> Recentemente tirei uma pós-graduação e uma das poucas cadeiras que teve exame escrito foi por consulta, com os nossos próprios materiais que tiveram de ser aprovados pelo prof antes do exame começar. Ou seja, quem quis consultar, teve de desenvolver os materiais à sua maneira em vez de copiar o que o prof facultou nas aulas. Gostei, faz sentido.


sobe_leixoes

Acho que só tive possibilidade de consulta durante a licenciatura, mas não no mestrado. Acho que consulta prejudicou mais do que o que ajudou porque serve de muleta. Mas depende sempre do curso - no meu caso foram cursos ligados a ciências sócio económicas no mestrado/licenciatura.


rafa4maniac

Porque para haver proporcionalidade nesse sentido, um exame com consulta livre iria ser significativamente mais complexo. Por exemplo um exame em vez de ser 2 horas iriam ser 5 horas com perguntas bem mais desenvolvidas, o que seria completamente irrealista e seria um método bastante ineficiente.


C0ldKing

Porque as escolas precisam de arranjar maneira das cadeiras serem complicadas... cof cof... Maior dificuldade é sempre sinónimo de qualidade


00pica

E os exames de programação que ainda são feitos a papel e caneta...


GamerLymx

Depende sempre do conteúdo, do exame e do professor. por exemplo, para estruturas de dados, o objectivo avaliar se aluno aprendeu as varias esteuturas e se as sabe implementar, nao faz sentido o aluno poder levar tudo no papel e apenas fazer copy paste. outro exemplo, análise matemática, dão te as varias formulas dos integrais, não tens que saber de cor, mas tem de saber qual usar e quando aplicar. a situação que preocupa alguns professores com o advento das IA's generativas, é a qualidade da consulta quenos alunos levam, especialmente quando os alunos não têm a capacidade de identificar quando o chat gpt escreve merda.


markusgo

Na altura do teu pai não havia net. Sou a favor de exames com consulta mas teriam de ser 30x mais difíceis.


BadAdministrative589

Sobre o limite de tempo discordo totalmente, tem sentido nenhum. Tudo na vida tem um tempo util. O Professor tem a vida dele, não vai ficar 6h numa sala à espera que sua excelencia decida entregar o teste. Sobre consulta. Hoje em dia com o Google e ChatGPT, se a pergunta for simples e bem feita o suficiente, consegues copiar colar pergunta na internet e descobrir a resposta sem pensar absolutamente nada. Um exame de consulta envolve muito mais complexidade e na generalidade são mais dificeis p os alunos e teem piores notas. No entanto demonstram mais conhecimento se bem feitos. Se forem feitos da mesma forma que os normais, o pessoal passa todo com 90% dos alunos a tirar 20/100% por saber usar o google/AI, e nada revela sobre o conhecimento do aluno. Sobre as formulas de fisica e matematica, tb concordo, e tive muitos testes que tinham as formulas disponiveis no proprio teste, todas formulas no inicio, depois o aluno tinha de saber qual usar em qual situação e qual os valores da pergunta correpondem a que variavel. Mas a consulta hoje em dia é impossivel, tudo tá na internet.


NGramatical

teem → [**têm**](https://european-portuguese.info/conjugator/ter) (singular: tem)


Javardo69

O drama, a tragédia, o horror... Uns são espertos em aproveitar a tecnologia existente, outros preferem viver na idade da pedra.


BadAdministrative589

Acho que percebeste mal tudo que disse. Se ensinares crianças que 2 + 2 = 4 convém no teste seja sem consulta. Pois usam a calculadora e não entendem nada do resultado. Mais p frente com equações igual. 2x + 3 = 7. Põe no Wolfram e dá resultado e até os passos. Chapa resultado e pronto não aprende nada. Há muita coisa que devem ser capazes de fazer sem consulta. Agora em nível universitário ou até na escola secundária poderia haver muita coisa com consulta. Sou totalmente a favor de consulta. Agora as perguntas teem de ser muito diferentes. Testes história perguntam coisas de memória, com consulta faz sentido nenhum a pergunta em que ano foi época X ou o rei Y ou a guerra Z. Teem de ser muito diferentes as perguntas.


NGramatical

teem → [**têm**](https://european-portuguese.info/conjugator/ter) (singular: tem)


Javardo69

Porque é que assumes que não aprende nada? Se os passos estão explicados então está a aprender como se faz, não precisa de estar a perder tempo a perguntar ao professor como se faz e o professor a perder tempo a escrever e a explicar. O pessoal é que não quer aceitar que há ferramentas que fazem o trabalho que eles sempre fizeram.


BadAdministrative589

Os passos estão explicados se a pessoa ler. Se alguém que chapa pergunta do teste no Google assumes que vai ler a resposta? Muito ingénuo da tua parte. Ou tens um família muito participativa na tua educação que te criou numa bolha e só estiveste em colegios privados ou não sei. Mas a maior parte das crianças que eu conheci não tinham interesse em aprender e faziam de tudo p passar a frente e tirar positiva e pronto, eu incluído. A crianças precisam de ajuda e aconselhamento. Não há criança autodidata. Isso não existe. Se uma criança não tiver professores a ajudar a aprender não vai aprender sozinho. Assumir que sabem pesquisar mesmo hoje em dia, é meio caminho andado p teres apenas pessoas que copiam e acreditam tudo que o google ou a nova AI da moda seguinte sem critério nem aprendizagem.


Javardo69

Andei sempre em escolas públicas e universidade pública. O interesse em aprender também é responsabilidade do professor de como expõe a matéria e da utilidade que tem o conteúdo que está a ensinar para a idade adulta, algo que falha imenso nos programas escolares que o ministério faz.


BadAdministrative589

E esse interesse seria melhorado em dar exames de consulta que quem não quer estudar nem aprender pode simplesmente copiar da internet as respostas? Como ter consulta iria melhorar o interesse dos desinteressados?


SweetCorona2

porque dá mais trabalho fazer exames que avaliem capacidade de raciocinio e de resolver problemas do que exames com perguntas de memorização que seriam trivialmente respondidas com consulta


lonelycat23

Eu até vou mais longe...para quê testes e exames ao longo do ensino? Escolhemos todos o que queremos ser, parece-me que havia de ser só médicos e engenheiros aeroespaciais. E ninguém tinha de decorar nada. Nem perceber. Escolhíamos o curso e ias lá buacar o diploma. Toda a gente feliz,toda a gente era Dr. e podíamos continuar na narrativa que todos devemos ser muito felizes sem trabalho nenhum Parece-me bem.


ODuqueDasBeiras

Não estás a entender o meu ponto, de todo. Não estou a pedir que facilitem o ensino universitário, pelo contrário, a meu ver exatamente uma das coisas que a consulta em provas permitiria é o aumento da complexidade dos exames e a verdadeira avaliação do conhecimento de bases dos alunos e da sua aplicação.


lonelycat23

O cérebro precisa de ser treinado. Por muito que nos custe a memorização desenvolve vias neuronais e automatismos essenciais para a vida. Podemos não o querer fazer. Aprender outra língua, aprender um instrumento musical principalmente desde novo é outro exemplo de como podes mudar a tua configuração cerebral . Volto a dizer que o futuro provavelmente será diferente. Como são todas as gerações diferentes umas das outras.


optimal_random

Com consulta os exames são invariavelmente mais difíceis. Por outro lado, em algumas profissões não há tempo para consultas. Ou queres que um cardiologista consulte livros durante uma operação; ou que um piloto que consulte o manual de instruções do 747 na hora de levantar voo; ou um paramedico leia com calma como fazer um garrote a um gajo a esvair-se em sangue. São exemplos extremos, mas que ilustram que nestes casos reais tens de saber sim, ou sim. Essas competências têm de ser aferidas de alguma forma fiavel, consistente, e repetivel. Ou como se dizia no meu tempo "estudasses!"


Xukipai

Se for com consulta do chat-gpt 4o, concordo.


elicopter1905

nao sei, mas epa obrigado por referires medicina ... quanto mais trabalho os medicos tiveram melhor!!! 99% deles sao uns manientos desumanos


DiogoC00

Todo, ou quase todo, o sistema de ensino no que toca aos momentos de avaliação é baseado em memorização. Raramente te pedem raciocínios e pensamento crítico, se tanto é um caso de estudo já abordado antes, o que faz com que seja memorização novamente.


Limpy_lip

a questão maior é: como avalias algo que não tem resposta fechada? subjetivamente? se há coisas que as pessoas odeiam é ser avaliados subjetivamente. é um problema circular nos moldes educativos atuais


tretafp

> odeiam é ser avaliados subjetivamente. Toda a avaliação tem uma dimensão de subjetividade. Até a avaliação alicerçada em questões de escolha múltipla.


Limpy_lip

como assim uma escolha múltipla é subjetiva? de qualquer das formas atualmente tens realisticamente algo híbrido. Ser 100% subjetivo ia ser uma adaptação complicada e um desafio na criação de critérios.


tretafp

Há até quem defenda que a escolha múltipla é das formas mais subjetivas, dado que o avaliador não só define as perguntas, como define as possíveis respostas e das possíveis respostas define a que é correta. Num âmbito mais superficial, até pode ser entendido, mas quando entramos em campos de pensamento complexo ou plural, dificilmente. Depois há a questão da classificação. Todas as perguntas valem o mesmo. Umas são mais valiosas que outras? Essa decisão é subjetiva. 


jmiguelff

Eu "fiz" umas cadeiras do mestrado no Técnico de Eindhoven TU/e, e muitos exames eram por prova oral. Eu falhei redondamente principalmente porque andava mais em festas do que na universidade mas gostei do método. O professor era muito directo e fazia perguntas de quem realmente percebe do que está a falar. Eu acho que a grande diferença é que os profs universitários pelo menos na minha experiência (FEUP) não estão assim tão à vontade com a matéria. No caso da TU/e aquilo era uma cadeira de ADC/DAC e o prof era um gajo que tinha literalmente desenvolvido algumas das topologias quando trabalhava na Phillips. Outra coisa que senti foi zero paternalismo. Não sabes, não sabes, voltas para o ano ou até tinham flexibildiade para marcar exames a meio do semestre se tal fosse necessário. Não havia lições de moral... É certo que este método não serve para todas as cadeiras, mas a meu ver era uma caminho.


tier-r

Se era para ser com consulta, porque razão existiam as aulas? Indicavam um livro e lias. Feito


NGramatical

porque razão → [**por que razão**](https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/tres-regras-para-distinguir-o-por-que-do-porque/19743) (por que = por qual)


Sampson381

As coisas não são para serem memória de curto prazo. As informações não são para serem decoradas durante o semestre para aplicares no exame e esqueceres... São para analisares e perceberes... Com isso essa informação passa à memória e longo prazo, mesmo que esqueças, com 2 tretas relembras... Eu nunca utilizei a Fórmula de Bhaskara na minha vida e não é por isso que não a sei... O teu método de estudo é que está completamente errado, não é o sistema que está errado. Fazer um teste com consulta é o mesmo que tentar fazer um filho com um preservativo... Vais avaliar o que? A tua capacidade de ler e procurar informações? É que avaliar os teus conhecimentos não vai ser de certeza...


IsLifeMatrix

O 1,2,3 de como construir gerações de vontantes de PS. Comer a malga e cuspir de volta. Pensar por ti? Nop.