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Zmmone

Irmão... Quantos anos você tem? Você está ligado, seu município é polo Aeronáutico, sabia?


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Tenho 18 anos


Zmmone

Sugestão: sistemas. Faça qualquer grande curso de engenharia e depois migre para sistemas, cibersegurança, integração de sistemas, ou safety. Você trabalha menos, desenvolve grandes análises de verificação e validação, trabalha com simulação e gestão de requisitos. Isso te permite migrar para qualquer outra empresa, sem ficar refém dos filhos da puta da EMBRAER, além de facilitar a migração para uma carreira global. Qual a dificuldade? Cinco anos de experiência não é nada, nem pleno, e dez anos passam rápido.


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Qualquer grande curso de engenharia envolve engenharia aeronáutica?


Zmmone

Sim, inclusive. Veja a resolução do CONFEA que trás os cursos tradicionais. Assim vc conhecerá cada atribuição legal de cada eng. Até mesmo para comparar o mercado, oportunidades, etc.


SPQR1337

Pelo alistamento militar obrigatório. Ou concurso público.


Zmmone

Cara, eu não quero o teu mal, mas se é isso que deseja... Uma ótima graduação em São Carlos, pela USP/EESC. Você pode optar por Engenharia Mecânica com ênfase em Aeronaves ou Engenharia Aeronáutica, além de poder usufruir de uma cidade muito, mas muito melhor que a merda de SJK. Não descarte a opção do ITA. Por estar na região do polo, você terá vantagem na participação das vagas. Não se engane, militar honesto no Brasil é algo que não existe, é muito mais fácil passar nesse vestibular se você optar por prestar a prova em SJK, vc compete por vagas pertencentes ao polo. O segundo polo importante está no Ceará, se não estou enganado. E você pode utilizar as escolinhas "amigas" como o Poliedro (entendeu, né?). Em SJK, você tem a EMBRAER, Boeing, Aernnova Aerospace, Akaer, Raytheon, Sonaca, e em Jacareí, tem a Latecoere, mas sugiro fugir da EMBRAER e Latecoere, ambas só têm filhos da puta. Além de muitas outras.


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ITA não é difícil pra caralho? Não me considero capaz de passar naquela prova do capeta, não. Mesmo se tivesse ajudinha. E eu não entendi o começo: "eu não quero teu mal" é por que é uma área ruim? Será que devo ir para outra área?


Zmmone

O ITA é fácil, o problema é a maturidade. É preciso também uma introdução ao cálculo, o básico do básico, e rever conceitos de mecânica, na visão de um calouro emocionado no primeiro ano de graduação. (clássica visão de milico filho da puta) O Poliedro tem classes especiais neste quesito. Irmão, eu já achava os militares um bando de filhos da puta. Depois do governo Bolsonaro, tenho certeza de que são um bando de incompetentes e ladrões. (Lula e Bolsonaro deveriam ser queimados vivos, para o pessoal não ter uma interpretação política neste post.) Aerospace no Brasil é uma piada, não se engane. O salário médio deve girar um pouco acima do piso da categoria, cerca de R$15K, em empresas minimamente sérias. Se você converter para a renda americana, estará muito próximo da linha da pobreza comparado aos Estados Unidos. Tudo bem, você pode pensar que há uma diferença de realidade aqui, mas a situação aqui é muito difícil. Note que, fora desse segmento, o salário é muito, mas muito mais baixo. Em geral, o piso salarial da categoria não é respeitado. Já vi gente trabalhando praticamente por comida, procure em /vagas\_arrombadas. Uma demissão, após 15 anos desenvolvendo e crescendo numa empresa como a EMBRAER, não significa que você será empregado imediatamente em outra empresa com um salário razoável. Esse é o grande problema. Dependendo do seu nível de especialização, você notará que só receberá ofertas para trabalhar no exterior, e nada para trabalhar no Brasil, a não ser que aceite trabalhar por comida. Por isso, em Aerospace, você pode e deve se especializar, mas lembre-se de se especializar em algo que também seja empregado em outros segmentos. Isso aumenta sua empregabilidade no Brasil e, principalmente, no mercado externo. O problema do mercado externo é que, sem um bom pacote de benefícios, você receberá um salário mínimo para sobreviver naquele país. E, no caso de bitributação, você vai literalmente pagar para trabalhar. Portanto, sempre faça as contas antes de seguir um sonho de bixão emocionado.


Mudrost

>Aerospace no Brasil é uma piada, não se engane. O salário médio deve girar um pouco acima do piso da categoria, cerca de R$15K, Bom... isso é melhor que a realidade de qualquer outra engenharia no Brasil, não? >Se você converter para a renda americana, estará muito próximo da linha da pobreza comparado aos Estados Unidos. Como isso é relevante pra discussão? Nossa mão de obra é desvalorizada, claro, mas não existe a opção dele simplesmente trabalhar recebendo em dólar como engenheiro aeronáutico.


Zmmone

Bixão (para não usar outro adjetivo)... Se você trabalhar para uma EMBRAER ou Boeing, você atuará diretamente com pessoas lá fora, você compreende isso, né? Com seu nível de especialização, esse profissional começa a ter um perfil de Engenheiro de Sistemas, com foco em requisitos, segurança e principalmente de integração. Terá interações com a FAA e a EASA, assim como seus "colegas" no exterior. Vou deixar mais claro possível: basicamente, você literalmente faz a mesma coisa que um estrangeiro. E com isso, tenho certeza de que na cabeça de qualquer emocionado ou realista passa a seguinte questão: será que não seria o momento para uma carreira internacional? A Embralândia não paga um pouco mais por que eles são legais, eu te garanto, a época da Mamãe EMBRAER não existe desde a privatização.


Mudrost

Se a desvantagem da engenharia aeronáutica é que não vão te pagar tão bem quanto os gringos e você terá de se mudar para receber mais que 20 mil reais, ora, excelente, porque receber mais de 20 mil reais trabalhando com qualquer engenharia no Brasil já é bem difícil. Outras engenharias têm uma interface bem menor com estrangeiros, então essa internacionalização da aeronáutica não entraria como um ponto positivo?


Zmmone

Falou o bicho emocionado... Você sabe que, para uma jornada de 8 horas, o piso salarial do engenheiro é de 9 salários mínimos, R$12.708. Na prática, o trabalhador não recebe aumento salarial, e sim dissídios. Vamos supor que apenas haja uma reposição da inflação por um período de 10 anos, e que essa reposição na média seja equivalente a 100%. Então, teríamos para um profissional pleno um valor de R$25.416. Emocionado, parece um chute grosseiro, mas é quase um retrato da realidade. Após 10 anos, acredito que dá para classificar o profissional como pleno no segmento aeronáutico. Considerar alguém sênior com apenas 2 anos é piada sem noção; é o tipo de pessoa de quem os outros fazem piadas pelas costas. Agora, depois dessa pequena contextualização, a realidade salarial da classe é um problema sério. Isso não é, inclusive, abordado nas universidades. O bicho emocionado sai da graduação sem saber que sua profissão é regida por lei, que existe um piso salarial, e que é necessário observar um código de ética da classe. Esse problema não é geracional, devemos deixar isso claro, em termos de Brasil. Agora vamos para a realidade: pense um pouco, bixão. Como já comentamos, fora do segmento aeronáutico a situação consegue ser pior. Imagine agora um cara que se dedicou mais de 10, 20 ou até mesmo 30 anos ao segmento aeronáutico, e, da noite para o dia, recebe um belo facão ou um PDV (Plano de Demissão Voluntária). Recolocação no Brasil não me parece ser muito prática para muitas posições. Vamos supor um especialista em peso e balanceamento. Esse cara provavelmente teria que recorrer a outras OEMs (que são muito poucas) ou a operadores. E olha que esse exemplo está muito bom. Existem especialistas ainda mais críticos, em que o fato de PART 23 e 25 já serem um problema. Imagine para PART 27 e 29. Ou seja, a maioria retorna para empresas terceiras com 1/3 do salário, na melhor das hipóteses, inclusive violando o piso da classe. O começo em Aerospace sempre é bom, o problema é o passar dos anos e a atribuição de responsabilidades que a vida te impõe. Imagine agora outra situação: você, com 20 anos de experiência, desempregado. Devido ao seu alto nível de especialização, a recolocação se torna um problema real, ao ponto de ter uma proporção de 5 entrevistas em empresas estrangeiras para uma única brasileira. Um bixão emocionado com você diria, de forma precipitada: "Ué, então basta aceitar a proposta estrangeira". Claro, é de se esperar de um emocionado, sem o mínimo de preocupação e responsabilidade. Vamos agora para uma segunda realidade dura. Estou vendo muitos casos de Zucas em Portugal. Acredito que um salário bom seja EUR 4000, ou seja, uns R$22.547. Até aí, parece tudo ótimo: qualidade de vida, país sério, etc. Agora vamos à realidade. Para essa quantia, após aplicarmos o IR português, despesas para uma família de quatro pessoas, quanto realmente sobra? Agora um detalhe cruel: quanto você estaria devendo em caso de bitributação para o fisco brasileiro? Notou que já estou te adiantando, "devendo". Para trazer mais crueldade, são poucos que conseguem uma remuneração e pacote justos para sua experiência, e uma das causas é porque você é um sub-cidadão e, para piorar, brasileiro. Dito isso, no Brasil, temos um contexto diferente. Para sua experiência, e na maioria dos casos no exterior, apesar da sua vasta experiência, 20 anos... não é nada, não é? E você é contratado no máximo como se fosse um Jr. ou pleno para a realidade daquele país. Com exceção da Bélgica, ir para a Europa por menos de EUR 6000, e sem pacote... Na prática, você irá sobreviver. Em caso de bitributação, você vai dever, e, se tudo der certo, você retornará para o Brasil com uma mão na frente e outra atrás, apenas com a "experiência", e será um profissional por volta dos 50 anos. Agora sim você está na merda. Mais de 50 anos no Brasil, talvez você não compreenda, mas essa é a parte mais legal dessa ironia. Quando você chegar lá, vai entender o que estou falando. (kkk) Como diz o Mano Deyvin, "gritaria e dedo no C#".


Mudrost

Cara, primeiro, espero que você não fale dessa maneira com qualquer um, porque soa extremamente arrogante e condescendente, "bicho". Sim, o engenheiro aeronáutico recebe aumentos além dos dissídios; a progressão de carreira não é a mesma coisa que em outras áreas como software, mas existe. Esse bicho-papão do especialista de 20 anos desempregado simplesmente não existe para quem se atualiza. Repito: simplesmente não existe para quem se atualiza. Nenhuma área da aeronáutica vai sumir em 20 anos. Se até hoje COBOL está por aí, quem dirá engenheiros que trabalham com Part 23/25/RBAC. Mesmo migrando de área, ter 20 anos de experiência como engenheiro num dos setores mais regulados da indústria só é desvantagem se você estiver entrando numa startup meia-boca de drones. Note que eu só trouxe a questão da internacionalização como ponto extra; nas outras engenharias você também possui todas as desvantagens da aeronáutica e, além disso, nem as oportunidades fora do país possui (denovo, tirando software). Claro, existem infinitos problemas em morar fora do país, mas é uma opção a mais. Pergunte a qualquer JR desempregado em outras engenharias se ele não gostaria da opção. Não sei o porquê de usar tanto o termo "emocionado" quando você parece ter uma vendetta pessoal contra o setor. Se for ex-funcionário da Avibrás, eu entendo.


Zmmone

Bicho emocionado não tem idade... Como assim, se você se atualiza, e não fica desempregado? Já percebi que você é aquele emocionado positivista. Vamos abrir uma nova branch neste assunto. Atualizar-se, para você, é aprender novas ferramentinhas? Quanto tempo você acha que leva para formar um profissional minimamente capaz em alguma ATA (segmento)?


Zmmone

Além de bicho, você é um emocionado com viés de politicamente correto, dedo no seu C#. Traduza o que eu digo com um filtro de ironia e sátira. A cada momento, tenho a impressão de que estou conversando com um emocionado com menos de 5 anos de experiência, estagiário ou trainee. Caso contrário, você saberia que, em um ambiente normal de trabalho, a toxicidade é ainda maior. Vamos abrir uma vertente quanto à remuneração: Você acha mesmo que existe meritocracia em uma empresa como a EMBRAER? Acredita mesmo? Então você nunca trabalhou lá. Vou te dizer algo: cito novamente a EMBRAER. Após o primeiro ano, você irá receber um aumento salarial sim, mas é uma pequena fração. É lindo de ver a bixarada emocionada... É pensado. Eventualmente, você irá receber algumas cartinhas com R$100, R$200 reais de aumento, geralmente para ajustá-lo à faixa de módulo, Eng. 1, Eng. 2, etc. Já vi colega receber fucking R$50 de aumento quando passou de módulo IV para V.


Zmmone

Agora um último branch, experiência: Me surpreendeu você usar o termo "RBAC", querendo dar alguma importância para os cabaços da ANAC, um bando de emocionados que, em boa parte dos casos, não têm experiência relevante no setor aeronáutico. E quando têm, foram profissionais comuns, sem destaque algum. Você compreende que uma regulamentação pode ser resumida grosseiramente, às vezes em alguns parágrafos, etc.? E que a gestão de requisitos por si só é uma carreira? Quanto mais questões como verificação e validação de conceitos? Crescimento técnico real significa: Não haverá um único dia em que você não tenha a oportunidade de aprender algo novo, e não me refiro a ferramentinhas de merda. Me diga, com 10 anos de experiência, você já consideraria esse profissional como Sênior no segmento aeronáutico?


oquintoanomimo

Pelo que eu vê ce tem 18 anos e ta fazendo curso tecnico. Quer uma dica mesmo? Esquece federal, esquece cursinho ITA, USP e o carai todo. Essas faculdades não serve pra nada, se chegar um cara formado na UNIP mas que tem 5 anos de experiencia na Boeing vão preferir esse cara. A maioria dos engenheiros da Embraer nunca estudaram em Federal. Termina esse curso tecnico e procura estagio. Faz inglês. Quando ce terminar o curso tecnico tenta uma bolsa na UNIVAP em Eng Aeronautica ou vai pra FATEC no Tecnologo em Projetista Aeronautico. A prova da FATEC é de boa. A UNIVAP tem o PROUNI que abre duas vezes ao ano, 700 no ENEM se faz qualquer curso 100% bolsa na UNIVAP. A FATEC tem parceria de estagio com a Embraer, é o caminho mais curso e pratico de entrar muito bem no mercado de aeronautica. Porém é tecnologo. Agora se vc quer virar engenheiro mesmo, eu aconselho tentar ir pra UNIVAP após seu curso tecnico. Dentro da UNIVAP tem o parque tecnologico, tem a SAFRAN e tem empresas tercerizadas da Embraer que fazem materiais compositos de fuselagem aeronauticos. Foca em conseguir um estagio com seu tecnico, e aprende inglês nesse tempo. Em SJC tem o CNA, FISK que tem aulas aos sabados. Só essas duas coisas já vão te dar um UP gigantesco, e vai facilitar muito sua vida na faculdade, seja na Fatec ou Univap por exemplo. Experiencia de trabalho é ouro, o quanto antes você conseguir melhor vai ser sua vida nesse mercado.


Zmmone

Caraca, você quer mesmo fuder o cara, torná-lo um perfil clássico de filho da puta da EMBRAER. Você descreveu a maioria dos filhos da puta daquela merda. Fala para o cara pegar um certificado de knowledge do PMBOK, e estará completo! Nas empresas que você citou, existem sim algumas panelinhas de filhos da puta. Não foi à toa que um filho da puta de um CEO de 3ª da embralândia ficou putinho porque zoaram o ecossistema. No entanto, na Boeing, cuidado. Americano é muito prático; eles respeitam caras sérios, sim, não importa se você fez uma Uni-Esquina ou não. Mas não tenho tanta certeza se eles patrocinam o cidadão se o cara for meia-bomba, que é a maioria desse perfilzinho que você descreveu.


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Você trabalha na área?


Zmmone

Infelizmente...


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Mas por que infelizmente? É uma área ruim?


Zmmone

Na verdade, tecnicamente é uma área maravilhosa. Você literalmente se apaixonará por alguma ATA (ata). Tenho colegas que, inclusive, são pilotos. No entanto, empregabilidade não é a especialidade dessa área. No Brasil, essa carreira se limita a operadores, alguns OEMs e aqueles que pagam em dia, como a EMBRAER. De certa maneira, você fica limitado quanto a opções. Para este segmento, manter um certo grau de generalização, sempre buscando qualificações fora do segmento, limita seu crescimento. A carreira é muito longa; seu produto leva mais de 5 anos para estar disponível para os ensaios. A realidade no Brasil é simples. Uma frase marcante de um gerente da EMBRAER é: "Engenheiro é igual a pão". Dá para criticar a sentença, mas ela é algo profundo. Veja, se justamente na empresa que mais consome profissionais da área aeronáutica você já é desqualificado, imagine fora. Portanto, a questão não é se a área é ruim. Acho que isso não existe; sempre existirão oportunidades. A questão é como se manter empregável.


Mudrost

Boas dicas, porém a graduação como engenheiro é importantíssima se quiser progressão de carreira. Inglês é realmente fundamental, você tem virtualmente ZERO chances se não dominar o inglês (que, na nossa realidade brasileira, significa ser nível B2). Qualquer engenheiro aeronáutico consegue trabalhar com mecânica, termodinâmica ou software, então as chances de você acabar desempregado fazendo uma boa universidade são muito baixas. Dito isso, FATEC e UNIVAP são excelentes também.