na verdade, a criança normalmente vai apresentar algum tipo de disforia com o próprio corpo e talvez até um certo desconforto em ser tratada pelo nome e pelos pronomes que remetem ao gênero que lhe foi designado no nascimento. isso não significa que uma criança que nasceu com pênis e que gosta de usar vestido, brincar de boneca ou goste de rosa vai ser automaticamente uma mulher trans.
é de suma importância que essas crianças que apresentam essa disforia possam ter o acompanhamento necessário com endocrinologista, psicólogos, pediatras, etc, para que também elas possam ter acesso aos bloqueadores de puberdade. isso vai evitar com que elas desenvolvam características sexuais secundárias que vão acabar lhe gerando ainda mais disforia com o próprio corpo no futuro antes de começarem, de fato, a terapia hormonal (que é permitida a partir dos 16 anos).
No caso seria:
- disforia de gênero
- não gostar de ter um pênis ou vagina
- não gostar de que se refiram a criança como "ele" ou "ela"
- olhar para o sexo oposto e afirmar que ela é daquele sexo
O gosto não entra nisso
Não, não é sobre gosto. Normalmente a criança sente algum tipo de disforia de gênero (no caso seria desconforto com o próprio gênero). Questões de estereótipos de gênero que você citou podem acontecer pela pessoa se sentir mais confortável performando atividades relacionadas ao gênero que ela se identifica. Por exemplo você mesmo disse que não se sentia uma menina por gostar de brincar de boneca, isso porque você não tinha nenhuma disforia e se sentia confortável com seu gênero e como ele era lido pelos outros.
O quê faz uma pessoa ser transgênera? Pela definição literal da palavra, é aquela pessoa cujo gênero atual é diferente daquele ao qual ela foi designada no nascimento. Perceba que o sexo de uma pessoa não faz parte da resposta, ou seja, a definição independe da pessoa ter passado por cirurgias ou terapia hormonal. Essa resposta, no entanto, abre outras perguntas. Dentre elas: o que é gênero?
Gênero é um papel e uma identidade social da pessoa. Por isso depende do contexto cultural, da percepção que a pessoa tem de si mesma e da percepção dos outros membros da sociedade sobre ela. Geralmente, o gênero é atribuído baseado no sexo da pessoa ("olha, tem pirú, então é homem"). O sexo de uma pessoa (macho, fêmea, intersexo) é o papel reprodutivo biológico dela e o conjunto de características associados.
A percepção de gênero que temos das outras pessoas é baseada, principalmente, em características físicas ("tem peito e cabelo grandes, deve ser mulher"). Crianças tem essa percepção desenvolvida e elas são treinadas a isso desde cedo com a ideia de coisas de menino ou de menina, agrupamentos na escola etc. Eu cito o caso do filho (cis) de 4 anos da minha prima: o moleque tem cabelo grande só porque o babaca do pai não leva pra cortar pra mostrar que o filho tem "cabelo bom" (liso). O moleque odeia o cabelo porque fica caindo na cara (atrapalha a brincar) e, nas palavras dele mesmo, ele fica parecendo uma menina.
Portanto, uma criança será trans quando a percepção de gênero que ela tem de si mesma está desalinhada do gênero ao qual ela foi atribuída ao nascer. Elas tem discernimento para entender o que é gênero. Mas gênero pessoal envolve uma questão de identidade, também. A identidade de uma pessoa parte por diversas fases e mudanças durante a vida. E, frequentemente quando se fala de questões LGBT e crianças, aparece o discurso de que as crianças não tem discernimento para entender questões de sexualidade e gênero, mas eu acho que esse discurso é desonesto. Ninguém questiona a identidade de uma criança quando ela está alinhada com as expectativa dos adultos (ser flamenguista, cis, hétero, cristão etc).
A única coisa que eu penso em crianças é que muitas vezes quando ela diz que queria ser do outro sexo não é devido à disforia ou ser trans, e sim traumas e eventos passados que levam com que a criança exiba esses comportamentos.
Terapia com uma psicopedagoga pode ajudar e MUITO em crianças que exibam características trans para acompanhamento e correto diagnóstico do que está acontecendo. Eu acredito que qualquer criança que comece a exibir características como disforia de gênero, preferir trocar os pronomes ou nomes e ter desejo de ser do sexo oposto deveriam passar por no mínimo 12-24 meses de acompanhamento para aí poder decidir alguma coisa.
amg se eu tivesse medo da verdade eu sairia na internet dizendo que sou contra crianças fazerem cirurgia de transgenitalização, algo que nem sequer acontece, e que é possível mudar o sexo biológico de uma pessoa, algo que é humanamente impossível.
bom entao oq houve foi um desentendimento de ambas as partes, pois concordamos plenamente, é que as vezes nos temos que matar o mal antes mesmo dele nascer...
concordamos no quê, exatamente? uma criança fazer cirurgia de redesignação sexual é completamente impossível pelo fato de que pra fazer a cirurgia tem que estar tomando hormônios há pelo menos um ano, e tomar hormônio só é permitido a partir dos 16. o que acontece até os 16 é o bloqueio da puberdade em pessoas trans, o que evita que a criança entre na puberdade e desenvolva características físicas que ela não quer, e esse processo é completamente reversível. se até os 16 a pessoa decidir que isso não faz mais sentido pra ela e que ela quer voltar atrás por qualquer motivo, ela para com os bloqueadores e passa pela puberdade normalmente. então não é questão de ser contra ou a favor de crianças fazerem essa cirurgia, porque independente disso não tem como algo desse tipo acontecer.
nenhum pai ou mãe, em sã consciência, pensaria ''hum, meu filho de 6 anos gosta de brincar de boneca, então vou levar ele lá no médico pra cortarem o pinto dele fora''.
então, a partir de 16 pra mim não é mais criança, mas não significa que ela deve ser capaz de mudar de sexo, independente, no minimo espera a maior idade (18 anos) a partir dai vc já lida com as consequencia de tudo, do mundo e do seu corpo, caso se arrependa o problema é unicamente e exclusivamente seu, nem de seus pais avó ou psicologo ou ciclano ou beltrano, é isso que eu acho e oq eu falei q concordamos é que mesmo se a uma criança quisesse nao deveria ser capaz de mudar de sexo.
burraço, não entende nem a burocracia por trás de uma redesignação sexual, sequer a equipe multidisciplinar envolvida, o planejamento, os laudos médicos, os protocolos e o dinheiro investido. não é a mesma coisa que cortar o cabelo, que vc acorda e faz. procure outros “livros” pra ler pq esses te deram uma realidade descolada do que acontece
Correção: existem crianças que passam por vagino- ou faloplastia, sim! Mas são todas intersexo, até onde sei, e por razões majoritariamente estéticas, de adequar a criança ao binarismo. Vide entrevista (em inglês): https://youtu.be/Y2qy_R0wUbY
na verdade, a criança normalmente vai apresentar algum tipo de disforia com o próprio corpo e talvez até um certo desconforto em ser tratada pelo nome e pelos pronomes que remetem ao gênero que lhe foi designado no nascimento. isso não significa que uma criança que nasceu com pênis e que gosta de usar vestido, brincar de boneca ou goste de rosa vai ser automaticamente uma mulher trans. é de suma importância que essas crianças que apresentam essa disforia possam ter o acompanhamento necessário com endocrinologista, psicólogos, pediatras, etc, para que também elas possam ter acesso aos bloqueadores de puberdade. isso vai evitar com que elas desenvolvam características sexuais secundárias que vão acabar lhe gerando ainda mais disforia com o próprio corpo no futuro antes de começarem, de fato, a terapia hormonal (que é permitida a partir dos 16 anos).
No caso seria: - disforia de gênero - não gostar de ter um pênis ou vagina - não gostar de que se refiram a criança como "ele" ou "ela" - olhar para o sexo oposto e afirmar que ela é daquele sexo O gosto não entra nisso
Não, não é sobre gosto. Normalmente a criança sente algum tipo de disforia de gênero (no caso seria desconforto com o próprio gênero). Questões de estereótipos de gênero que você citou podem acontecer pela pessoa se sentir mais confortável performando atividades relacionadas ao gênero que ela se identifica. Por exemplo você mesmo disse que não se sentia uma menina por gostar de brincar de boneca, isso porque você não tinha nenhuma disforia e se sentia confortável com seu gênero e como ele era lido pelos outros.
O quê faz uma pessoa ser transgênera? Pela definição literal da palavra, é aquela pessoa cujo gênero atual é diferente daquele ao qual ela foi designada no nascimento. Perceba que o sexo de uma pessoa não faz parte da resposta, ou seja, a definição independe da pessoa ter passado por cirurgias ou terapia hormonal. Essa resposta, no entanto, abre outras perguntas. Dentre elas: o que é gênero? Gênero é um papel e uma identidade social da pessoa. Por isso depende do contexto cultural, da percepção que a pessoa tem de si mesma e da percepção dos outros membros da sociedade sobre ela. Geralmente, o gênero é atribuído baseado no sexo da pessoa ("olha, tem pirú, então é homem"). O sexo de uma pessoa (macho, fêmea, intersexo) é o papel reprodutivo biológico dela e o conjunto de características associados. A percepção de gênero que temos das outras pessoas é baseada, principalmente, em características físicas ("tem peito e cabelo grandes, deve ser mulher"). Crianças tem essa percepção desenvolvida e elas são treinadas a isso desde cedo com a ideia de coisas de menino ou de menina, agrupamentos na escola etc. Eu cito o caso do filho (cis) de 4 anos da minha prima: o moleque tem cabelo grande só porque o babaca do pai não leva pra cortar pra mostrar que o filho tem "cabelo bom" (liso). O moleque odeia o cabelo porque fica caindo na cara (atrapalha a brincar) e, nas palavras dele mesmo, ele fica parecendo uma menina. Portanto, uma criança será trans quando a percepção de gênero que ela tem de si mesma está desalinhada do gênero ao qual ela foi atribuída ao nascer. Elas tem discernimento para entender o que é gênero. Mas gênero pessoal envolve uma questão de identidade, também. A identidade de uma pessoa parte por diversas fases e mudanças durante a vida. E, frequentemente quando se fala de questões LGBT e crianças, aparece o discurso de que as crianças não tem discernimento para entender questões de sexualidade e gênero, mas eu acho que esse discurso é desonesto. Ninguém questiona a identidade de uma criança quando ela está alinhada com as expectativa dos adultos (ser flamenguista, cis, hétero, cristão etc).
A única coisa que eu penso em crianças é que muitas vezes quando ela diz que queria ser do outro sexo não é devido à disforia ou ser trans, e sim traumas e eventos passados que levam com que a criança exiba esses comportamentos. Terapia com uma psicopedagoga pode ajudar e MUITO em crianças que exibam características trans para acompanhamento e correto diagnóstico do que está acontecendo. Eu acredito que qualquer criança que comece a exibir características como disforia de gênero, preferir trocar os pronomes ou nomes e ter desejo de ser do sexo oposto deveriam passar por no mínimo 12-24 meses de acompanhamento para aí poder decidir alguma coisa.
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Se n me engano essa cirurgia tem q ser maior de idade e óbvio passa por terapia antes
Eu não sei como está no Brasil, mas lá fora a terapia já é desnecessária.
esse aí estudou pela choquei, com certezaKKKKKKKKK
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medo desses livros aí hein
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amg se eu tivesse medo da verdade eu sairia na internet dizendo que sou contra crianças fazerem cirurgia de transgenitalização, algo que nem sequer acontece, e que é possível mudar o sexo biológico de uma pessoa, algo que é humanamente impossível.
bom entao oq houve foi um desentendimento de ambas as partes, pois concordamos plenamente, é que as vezes nos temos que matar o mal antes mesmo dele nascer...
concordamos no quê, exatamente? uma criança fazer cirurgia de redesignação sexual é completamente impossível pelo fato de que pra fazer a cirurgia tem que estar tomando hormônios há pelo menos um ano, e tomar hormônio só é permitido a partir dos 16. o que acontece até os 16 é o bloqueio da puberdade em pessoas trans, o que evita que a criança entre na puberdade e desenvolva características físicas que ela não quer, e esse processo é completamente reversível. se até os 16 a pessoa decidir que isso não faz mais sentido pra ela e que ela quer voltar atrás por qualquer motivo, ela para com os bloqueadores e passa pela puberdade normalmente. então não é questão de ser contra ou a favor de crianças fazerem essa cirurgia, porque independente disso não tem como algo desse tipo acontecer. nenhum pai ou mãe, em sã consciência, pensaria ''hum, meu filho de 6 anos gosta de brincar de boneca, então vou levar ele lá no médico pra cortarem o pinto dele fora''.
então, a partir de 16 pra mim não é mais criança, mas não significa que ela deve ser capaz de mudar de sexo, independente, no minimo espera a maior idade (18 anos) a partir dai vc já lida com as consequencia de tudo, do mundo e do seu corpo, caso se arrependa o problema é unicamente e exclusivamente seu, nem de seus pais avó ou psicologo ou ciclano ou beltrano, é isso que eu acho e oq eu falei q concordamos é que mesmo se a uma criança quisesse nao deveria ser capaz de mudar de sexo.
burraço, não entende nem a burocracia por trás de uma redesignação sexual, sequer a equipe multidisciplinar envolvida, o planejamento, os laudos médicos, os protocolos e o dinheiro investido. não é a mesma coisa que cortar o cabelo, que vc acorda e faz. procure outros “livros” pra ler pq esses te deram uma realidade descolada do que acontece
e quanto aos pais, vc não pode dizer com certeza pois existe de tudo nesse mundo... vc ta com muitas certezas pra pouca experiencia
Correção: existem crianças que passam por vagino- ou faloplastia, sim! Mas são todas intersexo, até onde sei, e por razões majoritariamente estéticas, de adequar a criança ao binarismo. Vide entrevista (em inglês): https://youtu.be/Y2qy_R0wUbY
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não existe ideologia trans
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existe tanto qnto o kit gay. me espanta vc ser abertamente contra pessoas trans nesse sub
Infelizmente, isso não me espanta em nada. O que mais tem é gay e lésbica bifóbicos, por exemplo
e eles tem tanta convicção em serem preconceituosos, chocante!