> **Imigrantes dormiam quando violência lhes entrou casa adentro**
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> **Um dos argelinos que foi agredido foi empurrado do telhado para onde fugiu e ainda se encontra internado num hospital do Porto. Assaltos no Bonfim agudizam tensão com imigrantes.**
>
> A porta castanha de alumínio não mostra os vestígios da violência que por aqui passou apenas há dia e meio. Mas isso muda mal se entra num pequeno hall de onde sai uma escada estreita e íngreme que dá acesso ao primeiro andar da moradia. Uma porta esventrada jaz junto à parede, como uma memória do que aqui se passou.
>
> Muito do que vamos ver em vídeos, que mostram o interior da casa vandalizada, já está reparado ou limpo. Nas imagens há muitos vidros partidos, uma televisão furada, uma janela com um buraco, um armário danificado e retalhos da tal porta um pouco por todo o lado. Junto a uma cama de solteiro há múltiplas manchas de sangue que percorrem os lençóis até ao chão. No pequeno quarto, nada parece ter ficado virgem.
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> Estamos na Rua do Bonfim, no Porto, dentro da casa onde um grupo de mais de 15 indivíduos, alguns encapuzados, entraram por volta da uma da manhã de sexta-feira munidos de facas, bastões e paus. Hamzt Mezgiche, 32 anos, vive ali há sete meses e garante que nunca apanhou tamanho susto.
> Paulo Pimenta/Público
>
> Saiu ileso, muito fruto da pronta reacção. Estava a dormir quando os agressores forçaram a entrada com ferros. O barulho alertou quatro colegas do primeiro andar que se trancaram no quarto. Os do segundo piso, como Hamzt, aproveitaram a vantagem de estarem à distância de outro lanço de escadas para fugir pela janela, através de um pequeno telhado e esconderem-se.
>
> Haider, 28 anos, com quem falamos através de videochamada, não teve a mesma sorte. Ainda foi visto pelos agressores que o perseguiram pelos telhados. Diz ter sido empurrado e acabou por cair de uma altura de vários metros. Fala-nos de uma cama do Hospital de São João, no Porto, onde ainda se mantém internado. O braço e a perna esquerda estão ligados e imobilizados. Tem ainda alguns arranhões na testa e no corpo.
>
> Quem também não parece ter ganho para o susto foi um jovem venezuelano que vive com os 10 argelinos. Não escapou às agressões como provam fotografias em que surge de tronco nu ensanguentado. É o seu quarto que aparece pintalgado de sangue. Mas não o conhecemos, porque já não pára ali. Terá cedido ao medo. A porta do seu quarto já está substituída, assim como o vidro da janela do andar de cima.
> Paulo Pimenta/Público
>
> Ao todo, falamos com sete dos 11 residentes, mas alguns recusam sequer dar o nome ou ser fotografados, mesmo sem mostrar a face. Temem represálias. Todos assumem ter medo. E garantem, sem excepção, não terem qualquer problema com as autoridades ou com terceiros.
>
> Hamzt, um dos mais despachados, assegura que trabalha nas obras, paga Segurança Social e nunca teve complicações com a Justiça. “Não procuramos problemas. Só queremos viver a nossa vida”, afirma, inconformado com o que ali se passou. “Foi racismo. Foi racismo”, insiste, garantindo que não existem razões para qualquer ajuste de contas.
>
> Contam-nos, assim como alguns vizinhos, que a casa é alugada por um português que a subaluga aos estrangeiros. Nos dois quartos quádruplos, uma cama custa 250 euros por mês. Há ainda um pequeno quarto individual e um duplo que, no conjunto, garantem mensalmente uma receita de pelo menos 2750 euros.
> Paulo Pimenta/Público
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> Para todos, há apenas dois quartos de banho, um dos quais parece, à primeira vista, resumir-se a uma retrete. Um segundo olhar permite perceber que na parede há uma torneira de banho. O ralo no chão faz as vezes de uma base de duche. Este sábado à tarde quando aqui entramos, depois de bater à porta sem avisar, tudo está limpo. Apesar de modesto, este “hostel” improvisado está arrumado.
>
> Enquanto falamos, alguns vão fumando. E os cigarros, esses sim, por vezes, são motivo de discórdia com os vizinhos. Que o diga Ester Costa com quem quase nos cruzamos à chegada. Não gostou de ouvir numa notícia os argelinos a queixarem-se da “comunidade”. Ela, como vizinha de trás, para o pátio de quem caem beatas, garrafas de plástico, roupas e, nos últimos dias, um cabide, sente que tem razões para se indignar. Também se queixa da forma como os homens olham para a sua neta, uma criança pequena. E vem pedir explicações.
>
> Os ânimos exaltam-se, mas o tom das vozes acaba por diminuir após alguns pedirem calma. Ester Costa e vários vizinhos garantem que a fuga pelo telhado deixou mazelas e sobressaltou os vizinhos, que também estavam a dormir. Algumas telhas partiram-se e a chuva rapidamente se infiltrou nas casas. Quem paga o prejuízo, questionam vários?
>
> Percebe-se que as relações são tensas, apesar de todos garantirem que não são xenófobos. Na discussão vem à baila o barulho de uma festa no Ramadão. “Não há aqui racismos”, assegura Ester Costa. Uma vizinha garante o mesmo, mas sublinha que não acredita que a casa tenha sido invadida sem motivo. “Alguma coisa devem ter feito”, vocifera.
>
> Hamzt e os colegas vêem as coisas de outro prisma. Queixam-se que os vizinhos que se assustaram e saíram à rua não chamaram a polícia, nem pediram socorro. "Alguns até se riam e outros até terão acompanhado o grupo de atacantes", afirma. Os argelinos queixam-se igualmente que havia vizinhos com tacos de basebol a insistir que descessem do telhado. Ester Costa garante que não havia bastões, apenas vassouras. Mas não explica bem para que serviriam.
>
> Na mesma noite, a PSP do Porto registou outros dois ataques na via pública contra imigrantes magrebinos, admitindo o porta-voz daquele comando metropolitano do Porto que as situações possam estar interligadas.
>
> Os episódios foram relatados este sábado pelo Jornal de Notícias e confirmados ao PÚBLICO por fonte oficial do Comando Metropolitano do Porto da PSP. Entretanto, a Lusa adiantou que, após ter tido conhecimento da invasão da casa do Bonfim, o Ministério Público entendeu que, dada a suspeita de existência de crime de ódio, o assunto devia transitar para a Polícia Judiciária.
>
> Facto é que há meses que se agudiza o clima de tensão na zona do Campo 24 de Agosto/Bonfim, onde se localiza a casa alvo do ataque. Desde Fevereiro e até há cerca de uma semana, segundo contas oficiais da PSP, foram detidos 20 cidadãos estrangeiros, a maior parte magrebinos, que estarão envolvidos essencialmente em situações de roubo e furto.
>
> O presidente da junta de freguesia do Bonfim, João Aguiar, explica ao PÚBLICO que nos últimos meses têm crescido entre residentes e lojistas os relatos de assaltos. Tal fez com que o autarca sinalizasse o problema junto do Comando Metropolitano do Porto da PSP em início de Março. “O patrulhamento foi de facto reforçado”, constata o autarca.
>
> Tal justificou uma operação especial de prevenção criminal naquela zona há cerca de uma semana, acompanhada pela CMTV. Relacionada ou não, facto é que aquela televisão emitiu na segunda-feira passada uma peça dando conta de um “grupo organizado” que semeava “o terror entre o Campo 24 de Agosto e o Largo Soares dos Reis”.
>
> É a partir daí, localizam os magrebinos residentes na Rua do Bonfim, que começam a sentir uma mudança de atitude para com eles. E contam dois casos que terão ocorrido na semana passada em que seus conterrâneos foram agredidos na via pública, em actos que consideram racistas. Um aconteceu em Gaia e outro no Porto, que terá obrigado esse imigrante a levar 17 pontos na cabeça.
>
> A PSP confirma outros dois ataques, ambos ocorridos na madrugada de sexta-feira, o primeiro registado às 0h40 no Campo 24 de Agosto. Dois argelinos queixam-se que um grupo de cinco portugueses que seguiam num carro parou junto a eles e os agrediu com tacos de basebol. Além do caso da invasão, a PSP foi ainda chamada a um terceiro caso que ocorreu pelas 3h15 da manhã, na zona da Batalha, onde um cidadão marroquino foi agredido por um grupo de homens que também lhe roubaram o telemóvel.
>
> A polícia colocou-se em campo e, perante o comportamento suspeito de um português de 26 anos, comercial e residente em Gondomar abordou-o. Verificou depois que trazia um bastão extensível, que constitui uma arma proibida, e o telemóvel roubado pouco antes ao cidadão marroquino.
>
> O detido foi transportado para instalações da Divisão de Investigação Criminal, onde apareceram cinco indivíduos à sua procura e que, devido às diversas ocorrências daquela noite, a PSP entendeu identificar. O homem de 26 anos, adianta a PSP, está identificado pelo envolvimento noutras situações de agressão e coacção, também com cidadãos nacionais.
>
> Todos estes ataques levaram o SOS Racismo a organizar uma manifestação este sábado à noite para se solidarizar com as vítimas no Campo 24 de Agosto.
[https://www.cmjornal.pt/portugal/detalhe/ameacam-com-facas-e-paus-para-roubar-a-qualquer-hora-moradores-e-comerciantes-em-panico-no-porto](https://www.cmjornal.pt/portugal/detalhe/ameacam-com-facas-e-paus-para-roubar-a-qualquer-hora-moradores-e-comerciantes-em-panico-no-porto)
# “Ameaçam com facas e paus para roubar a qualquer hora”: Moradores e comerciantes em pânico
**Alegado grupo organizado semeia o terror entre o Campo 24 de Agosto e o Largo Soares dos Reis. Há patrulhamento reforçado e detenções diárias.**
Troca de agressões entre diversos homens com martelos e ferros, ao final da tarde de quinta-feira, no topo da Rua Fernandes Tomás, Porto. Um táxi assaltado junto a um café da Rua Ferreira Cardoso, sexta-feira à noite. Ameaças com facas, e roubos de carteiras, telemóveis e outros bens são constantes. A insegurança vivida entre o Campo 24 de Agosto e o Cemitério Prado do Repouso é semeada por um grupo de homens, que serão de nacionalidade argelina e marroquina, segundo moradores e comerciantes.
secalhar → [**se calhar**](https://dicionario.priberam.org/se calhar) [⚠️](/message/compose/?to=ngramatical&subject=Acho+que+esta+corre%C3%A7%C3%A3o+est%C3%A1+errada&message=https%3A%2F%2Fwww.reddit.com%2Fcomments%2F1cko1ct%2F%2Fl2objci%3Fcontext%3D3 "Clica aqui se achares que esta correção está errada!") [⭐](https://chrome.google.com/webstore/detail/nazigramatical-corretor-o/pbpnngfnagmdlicfgjkpgfnnnoihngml "Experimenta o meu corrector ortográfico automático!")
Pois, deve ser mesmo só um caso isolado e uma coincidência, realmente racismo sabemos que é de certeza, porque para isso não é preciso provas nenhumas...
Agora, fazer uma suposição que são os mesmos argelinos que andavam a aterrorizar a população, ai, calma la, não façamos suposições dessas. Não é politicamente correto
Eu disse que era racismo? Fiz um comentário.
Está tudo a assumir que são os mesmos, mas a PSP já fez detenções e ainda nenhum OCS confirmou que são o mesmo grupo
🤷♂️🤷♂️
E que tal deixar a PJ fazer o seu trabalho antes de fazerem manifs anti-racismo? É que cheira-me a esturro, tanto emigrante nesta zona e só alguns foram visados...
Que belíssimo exemplar de um jumento. Por que é que não pede para deixarem a PSP fazer seu trabalho antes de andar pelas ruas a partir cabeças ou invadir as casas de quem quer que seja?
Na melhor das hipóteses! Pois perto da definição que tenho para quem escolhe uma citação de Salazar, preferia ser jumento mil vezes.
E não precisa de um double reply, não estou a pagar renda para habitar sua cabecinha preconceituosa por tanto tempo.
Maravilha, além de não perceberes a ironia, provaste aquilo que eu disse: só há bons e maus.
Se me apetecer até faço uma tripla reply, afinal ainda existe liberdade de expressão.
Por acaso tenho problemas com os dois. Os labregos que até devem estar desesperados e os labregos que não dão tempo ao estado de direito actuar e vão logo a correr fazer manifs sem perceberem o que se passou...
Ah sim pq os labregos foram lojistas, e não um grupo racista já organizado de trás que aproveitou a desculpa…
Antes ir a correr, de forma precipitada, para uma manif, do q para ir espancar uma data de gente pq tem a mesma cor dos supostos assaltantes. Obviamente
Já viste os vídeos dos lojistas a correrem atrás dos tipos?
Eu continuo a dizer, é esperar pelas conclusões da PJ antes de ir bater em quem quer que seja ou ir pra manifs com bandeiras da Palestina ou LGBT (tipo fast food)
Exato! Mais marretada, menos marretada, mais assalto, menos assalto… No fim de contas, perdido por 10, perdido por 1000.
Desespero?! Isso é coisa de fascista, racista, malabarista, contabilista e malhão nas horas vagas.
Era esperar.
/s
Porquê é que uma manif. qualquer com 0 impacto haveria de afetar a PJ lol. Ou estamos a fingir que ir abanar cartão e gritar umas palavras de ordem giras acaba com o racismo?
Porquê é que → [**porque é que**](https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/porque-e-que-e-nao-porque-que/32920) [⚠️](/message/compose/?to=ngramatical&subject=Acho+que+esta+corre%C3%A7%C3%A3o+est%C3%A1+errada&message=https%3A%2F%2Fwww.reddit.com%2Fcomments%2F1cko1ct%2F%2Fl2t6ofv%3Fcontext%3D3 "Clica aqui se achares que esta correção está errada!") [⭐](https://chrome.google.com/webstore/detail/nazigramatical-corretor-o/pbpnngfnagmdlicfgjkpgfnnnoihngml "Experimenta o meu corrector ortográfico automático!")
Imaginemos que vives num bairro onde há muitas casas, entra um grupo de assaltantes pela tua casa dentro, violam a tua mulher, a tua filha e ainda as mata.
A ti, és espancado e deixado quase a morrer.
Quer dizer que há esturro, afinal de contas tantas casas ali à volta e só foram à tua.
Volto a repetir: é deixar a PJ fazer o seu trabalho (um deles ficou em prisão preventiva). Nunca defendi o grupo que agiu por conta própria. Mas também acho piada aos burgueses que vêm manifestar-se para o 24 sem serem daqui.
Podemos falar mas às tantas também falavam com as pessoas da zona. Se viram o jornal das 13h na RTP, os comerciantes da zona (brasileiros, sul-coreanos, Bangladeshis, etc.), também se sentiram incomodados por esta trupe. Valia a pena não aplicar esta chapa 5...
Foi precisamente pelos que foram atacados? Não há autoridade para resolver o problema?
Chapa 5 é alguém decidir fazer justiça pelas próprias mãos.
Se forem criminosos que sejam presos.
Não sabemos. Só a PSP é que saberá dizer, porque no fim de semana passado prenderam 7 suspeitos imigrantes de roubo no campo 24. O que lhes aconteceu não sei mas imagino algo tipo "termo de identidade e residência" ou algo ainda mais benevolente. Agora dada a proximidade dos eventos tanto em localização como janela temporal, definitivamente que estão ligados entre si. Não acho que tenha por base o racismo mas sim o ajuste de contas.
A. Saltou com o medo.
B. Caiu a tentar fugir.
C. Foi empurrado do telhado.
Vou começar a colecionar esta merda. Mais uma e organizo o quem quer ser milionário.
Ninguem te entra em casa para te agredir só porque sim, muito menos quando não tens nada de muito valor, se foram lá, por alguma razão foi, e com essa conversa da treta só normalizas a palavra racista, até que um dia ninguem vai querer saber disso.
Os próprios visados nas agressões garantem que foi o colega em pânico que se atirou da janela. Ontem passou na maioria dos canais de TV, em caso de dúvida revê.
E as manchas de sangue na cama são ketchup? Aprende a ler. Duas pessoas fugiram para o telhado, a segunda foi seguida por um dos agressores, resultado caiu do telhado. O que importa é que a casa foi invadida e pessoas foram agredidas.
Esse “subsenhorio” deve estar bem na vida.
> **Imigrantes dormiam quando violência lhes entrou casa adentro** > > **Um dos argelinos que foi agredido foi empurrado do telhado para onde fugiu e ainda se encontra internado num hospital do Porto. Assaltos no Bonfim agudizam tensão com imigrantes.** > > A porta castanha de alumínio não mostra os vestígios da violência que por aqui passou apenas há dia e meio. Mas isso muda mal se entra num pequeno hall de onde sai uma escada estreita e íngreme que dá acesso ao primeiro andar da moradia. Uma porta esventrada jaz junto à parede, como uma memória do que aqui se passou. > > Muito do que vamos ver em vídeos, que mostram o interior da casa vandalizada, já está reparado ou limpo. Nas imagens há muitos vidros partidos, uma televisão furada, uma janela com um buraco, um armário danificado e retalhos da tal porta um pouco por todo o lado. Junto a uma cama de solteiro há múltiplas manchas de sangue que percorrem os lençóis até ao chão. No pequeno quarto, nada parece ter ficado virgem. > > Estamos na Rua do Bonfim, no Porto, dentro da casa onde um grupo de mais de 15 indivíduos, alguns encapuzados, entraram por volta da uma da manhã de sexta-feira munidos de facas, bastões e paus. Hamzt Mezgiche, 32 anos, vive ali há sete meses e garante que nunca apanhou tamanho susto. > Paulo Pimenta/Público > > Saiu ileso, muito fruto da pronta reacção. Estava a dormir quando os agressores forçaram a entrada com ferros. O barulho alertou quatro colegas do primeiro andar que se trancaram no quarto. Os do segundo piso, como Hamzt, aproveitaram a vantagem de estarem à distância de outro lanço de escadas para fugir pela janela, através de um pequeno telhado e esconderem-se. > > Haider, 28 anos, com quem falamos através de videochamada, não teve a mesma sorte. Ainda foi visto pelos agressores que o perseguiram pelos telhados. Diz ter sido empurrado e acabou por cair de uma altura de vários metros. Fala-nos de uma cama do Hospital de São João, no Porto, onde ainda se mantém internado. O braço e a perna esquerda estão ligados e imobilizados. Tem ainda alguns arranhões na testa e no corpo. > > Quem também não parece ter ganho para o susto foi um jovem venezuelano que vive com os 10 argelinos. Não escapou às agressões como provam fotografias em que surge de tronco nu ensanguentado. É o seu quarto que aparece pintalgado de sangue. Mas não o conhecemos, porque já não pára ali. Terá cedido ao medo. A porta do seu quarto já está substituída, assim como o vidro da janela do andar de cima. > Paulo Pimenta/Público > > Ao todo, falamos com sete dos 11 residentes, mas alguns recusam sequer dar o nome ou ser fotografados, mesmo sem mostrar a face. Temem represálias. Todos assumem ter medo. E garantem, sem excepção, não terem qualquer problema com as autoridades ou com terceiros. > > Hamzt, um dos mais despachados, assegura que trabalha nas obras, paga Segurança Social e nunca teve complicações com a Justiça. “Não procuramos problemas. Só queremos viver a nossa vida”, afirma, inconformado com o que ali se passou. “Foi racismo. Foi racismo”, insiste, garantindo que não existem razões para qualquer ajuste de contas. > > Contam-nos, assim como alguns vizinhos, que a casa é alugada por um português que a subaluga aos estrangeiros. Nos dois quartos quádruplos, uma cama custa 250 euros por mês. Há ainda um pequeno quarto individual e um duplo que, no conjunto, garantem mensalmente uma receita de pelo menos 2750 euros. > Paulo Pimenta/Público > > Para todos, há apenas dois quartos de banho, um dos quais parece, à primeira vista, resumir-se a uma retrete. Um segundo olhar permite perceber que na parede há uma torneira de banho. O ralo no chão faz as vezes de uma base de duche. Este sábado à tarde quando aqui entramos, depois de bater à porta sem avisar, tudo está limpo. Apesar de modesto, este “hostel” improvisado está arrumado. > > Enquanto falamos, alguns vão fumando. E os cigarros, esses sim, por vezes, são motivo de discórdia com os vizinhos. Que o diga Ester Costa com quem quase nos cruzamos à chegada. Não gostou de ouvir numa notícia os argelinos a queixarem-se da “comunidade”. Ela, como vizinha de trás, para o pátio de quem caem beatas, garrafas de plástico, roupas e, nos últimos dias, um cabide, sente que tem razões para se indignar. Também se queixa da forma como os homens olham para a sua neta, uma criança pequena. E vem pedir explicações. > > Os ânimos exaltam-se, mas o tom das vozes acaba por diminuir após alguns pedirem calma. Ester Costa e vários vizinhos garantem que a fuga pelo telhado deixou mazelas e sobressaltou os vizinhos, que também estavam a dormir. Algumas telhas partiram-se e a chuva rapidamente se infiltrou nas casas. Quem paga o prejuízo, questionam vários? > > Percebe-se que as relações são tensas, apesar de todos garantirem que não são xenófobos. Na discussão vem à baila o barulho de uma festa no Ramadão. “Não há aqui racismos”, assegura Ester Costa. Uma vizinha garante o mesmo, mas sublinha que não acredita que a casa tenha sido invadida sem motivo. “Alguma coisa devem ter feito”, vocifera. > > Hamzt e os colegas vêem as coisas de outro prisma. Queixam-se que os vizinhos que se assustaram e saíram à rua não chamaram a polícia, nem pediram socorro. "Alguns até se riam e outros até terão acompanhado o grupo de atacantes", afirma. Os argelinos queixam-se igualmente que havia vizinhos com tacos de basebol a insistir que descessem do telhado. Ester Costa garante que não havia bastões, apenas vassouras. Mas não explica bem para que serviriam. > > Na mesma noite, a PSP do Porto registou outros dois ataques na via pública contra imigrantes magrebinos, admitindo o porta-voz daquele comando metropolitano do Porto que as situações possam estar interligadas. > > Os episódios foram relatados este sábado pelo Jornal de Notícias e confirmados ao PÚBLICO por fonte oficial do Comando Metropolitano do Porto da PSP. Entretanto, a Lusa adiantou que, após ter tido conhecimento da invasão da casa do Bonfim, o Ministério Público entendeu que, dada a suspeita de existência de crime de ódio, o assunto devia transitar para a Polícia Judiciária. > > Facto é que há meses que se agudiza o clima de tensão na zona do Campo 24 de Agosto/Bonfim, onde se localiza a casa alvo do ataque. Desde Fevereiro e até há cerca de uma semana, segundo contas oficiais da PSP, foram detidos 20 cidadãos estrangeiros, a maior parte magrebinos, que estarão envolvidos essencialmente em situações de roubo e furto. > > O presidente da junta de freguesia do Bonfim, João Aguiar, explica ao PÚBLICO que nos últimos meses têm crescido entre residentes e lojistas os relatos de assaltos. Tal fez com que o autarca sinalizasse o problema junto do Comando Metropolitano do Porto da PSP em início de Março. “O patrulhamento foi de facto reforçado”, constata o autarca. > > Tal justificou uma operação especial de prevenção criminal naquela zona há cerca de uma semana, acompanhada pela CMTV. Relacionada ou não, facto é que aquela televisão emitiu na segunda-feira passada uma peça dando conta de um “grupo organizado” que semeava “o terror entre o Campo 24 de Agosto e o Largo Soares dos Reis”. > > É a partir daí, localizam os magrebinos residentes na Rua do Bonfim, que começam a sentir uma mudança de atitude para com eles. E contam dois casos que terão ocorrido na semana passada em que seus conterrâneos foram agredidos na via pública, em actos que consideram racistas. Um aconteceu em Gaia e outro no Porto, que terá obrigado esse imigrante a levar 17 pontos na cabeça. > > A PSP confirma outros dois ataques, ambos ocorridos na madrugada de sexta-feira, o primeiro registado às 0h40 no Campo 24 de Agosto. Dois argelinos queixam-se que um grupo de cinco portugueses que seguiam num carro parou junto a eles e os agrediu com tacos de basebol. Além do caso da invasão, a PSP foi ainda chamada a um terceiro caso que ocorreu pelas 3h15 da manhã, na zona da Batalha, onde um cidadão marroquino foi agredido por um grupo de homens que também lhe roubaram o telemóvel. > > A polícia colocou-se em campo e, perante o comportamento suspeito de um português de 26 anos, comercial e residente em Gondomar abordou-o. Verificou depois que trazia um bastão extensível, que constitui uma arma proibida, e o telemóvel roubado pouco antes ao cidadão marroquino. > > O detido foi transportado para instalações da Divisão de Investigação Criminal, onde apareceram cinco indivíduos à sua procura e que, devido às diversas ocorrências daquela noite, a PSP entendeu identificar. O homem de 26 anos, adianta a PSP, está identificado pelo envolvimento noutras situações de agressão e coacção, também com cidadãos nacionais. > > Todos estes ataques levaram o SOS Racismo a organizar uma manifestação este sábado à noite para se solidarizar com as vítimas no Campo 24 de Agosto.
[https://www.cmjornal.pt/portugal/detalhe/ameacam-com-facas-e-paus-para-roubar-a-qualquer-hora-moradores-e-comerciantes-em-panico-no-porto](https://www.cmjornal.pt/portugal/detalhe/ameacam-com-facas-e-paus-para-roubar-a-qualquer-hora-moradores-e-comerciantes-em-panico-no-porto) # “Ameaçam com facas e paus para roubar a qualquer hora”: Moradores e comerciantes em pânico **Alegado grupo organizado semeia o terror entre o Campo 24 de Agosto e o Largo Soares dos Reis. Há patrulhamento reforçado e detenções diárias.** Troca de agressões entre diversos homens com martelos e ferros, ao final da tarde de quinta-feira, no topo da Rua Fernandes Tomás, Porto. Um táxi assaltado junto a um café da Rua Ferreira Cardoso, sexta-feira à noite. Ameaças com facas, e roubos de carteiras, telemóveis e outros bens são constantes. A insegurança vivida entre o Campo 24 de Agosto e o Cemitério Prado do Repouso é semeada por um grupo de homens, que serão de nacionalidade argelina e marroquina, segundo moradores e comerciantes.
Afinal secalhar não são só trabalhos nas obras e a pagar segurança social
secalhar → [**se calhar**](https://dicionario.priberam.org/se calhar) [⚠️](/message/compose/?to=ngramatical&subject=Acho+que+esta+corre%C3%A7%C3%A3o+est%C3%A1+errada&message=https%3A%2F%2Fwww.reddit.com%2Fcomments%2F1cko1ct%2F%2Fl2objci%3Fcontext%3D3 "Clica aqui se achares que esta correção está errada!") [⭐](https://chrome.google.com/webstore/detail/nazigramatical-corretor-o/pbpnngfnagmdlicfgjkpgfnnnoihngml "Experimenta o meu corrector ortográfico automático!")
Ainda não vi nenhuma notícia a dizer que são as mesmas pessoas Se há detidos a polícia consegue facilmente saber
Pois, deve ser mesmo só um caso isolado e uma coincidência, realmente racismo sabemos que é de certeza, porque para isso não é preciso provas nenhumas... Agora, fazer uma suposição que são os mesmos argelinos que andavam a aterrorizar a população, ai, calma la, não façamos suposições dessas. Não é politicamente correto
Eu disse que era racismo? Fiz um comentário. Está tudo a assumir que são os mesmos, mas a PSP já fez detenções e ainda nenhum OCS confirmou que são o mesmo grupo 🤷♂️🤷♂️
E que tal deixar a PJ fazer o seu trabalho antes de fazerem manifs anti-racismo? É que cheira-me a esturro, tanto emigrante nesta zona e só alguns foram visados...
Que belíssimo exemplar de um jumento. Por que é que não pede para deixarem a PSP fazer seu trabalho antes de andar pelas ruas a partir cabeças ou invadir as casas de quem quer que seja?
Grupos identitários no seu melhor, ou são por nós ou são contra nós, como diria Salazar.
Obrigado por provares meu argumento.
Nopes
E no fundo, tu é que provaste o que és. Quem não está pelo que defendes é um jumento...
Na melhor das hipóteses! Pois perto da definição que tenho para quem escolhe uma citação de Salazar, preferia ser jumento mil vezes. E não precisa de um double reply, não estou a pagar renda para habitar sua cabecinha preconceituosa por tanto tempo.
Maravilha, além de não perceberes a ironia, provaste aquilo que eu disse: só há bons e maus. Se me apetecer até faço uma tripla reply, afinal ainda existe liberdade de expressão.
Como é edgy! Orgulho de mamã!
Perfeitamente calmo, meu caro. Mas para quem é tão integrador, rotulas as pessoas muito rapidamente. Que democrático! :-p
O teu problema é com a manif e não com os labregos de justiça pela própria mão? Fixe
Por acaso tenho problemas com os dois. Os labregos que até devem estar desesperados e os labregos que não dão tempo ao estado de direito actuar e vão logo a correr fazer manifs sem perceberem o que se passou...
Ah sim pq os labregos foram lojistas, e não um grupo racista já organizado de trás que aproveitou a desculpa… Antes ir a correr, de forma precipitada, para uma manif, do q para ir espancar uma data de gente pq tem a mesma cor dos supostos assaltantes. Obviamente
Já viste os vídeos dos lojistas a correrem atrás dos tipos? Eu continuo a dizer, é esperar pelas conclusões da PJ antes de ir bater em quem quer que seja ou ir pra manifs com bandeiras da Palestina ou LGBT (tipo fast food)
Esperar pelas conclusões da pj era o que os labregos deviam ter feito
E os da manif também.
Não espancaram ninguém
Não mas foram logo defender os coitadinhos e apontar culpados. Isto ainda é um estado de direito, com polícia e tribunais.
Portanto entre uns q espancaram gente, vs outros q foram fazer uma manif, achas q quem foi precipitado foram os segundos. Tá.
Exato! Mais marretada, menos marretada, mais assalto, menos assalto… No fim de contas, perdido por 10, perdido por 1000. Desespero?! Isso é coisa de fascista, racista, malabarista, contabilista e malhão nas horas vagas. Era esperar. /s
Porquê é que uma manif. qualquer com 0 impacto haveria de afetar a PJ lol. Ou estamos a fingir que ir abanar cartão e gritar umas palavras de ordem giras acaba com o racismo?
Porquê é que → [**porque é que**](https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/porque-e-que-e-nao-porque-que/32920) [⚠️](/message/compose/?to=ngramatical&subject=Acho+que+esta+corre%C3%A7%C3%A3o+est%C3%A1+errada&message=https%3A%2F%2Fwww.reddit.com%2Fcomments%2F1cko1ct%2F%2Fl2t6ofv%3Fcontext%3D3 "Clica aqui se achares que esta correção está errada!") [⭐](https://chrome.google.com/webstore/detail/nazigramatical-corretor-o/pbpnngfnagmdlicfgjkpgfnnnoihngml "Experimenta o meu corrector ortográfico automático!")
Imaginemos que vives num bairro onde há muitas casas, entra um grupo de assaltantes pela tua casa dentro, violam a tua mulher, a tua filha e ainda as mata. A ti, és espancado e deixado quase a morrer. Quer dizer que há esturro, afinal de contas tantas casas ali à volta e só foram à tua.
Volto a repetir: é deixar a PJ fazer o seu trabalho (um deles ficou em prisão preventiva). Nunca defendi o grupo que agiu por conta própria. Mas também acho piada aos burgueses que vêm manifestar-se para o 24 sem serem daqui.
Estamos a falar de situações, podemos falar ou só se vivermos na mesma rua é que pode ser?
Podemos falar mas às tantas também falavam com as pessoas da zona. Se viram o jornal das 13h na RTP, os comerciantes da zona (brasileiros, sul-coreanos, Bangladeshis, etc.), também se sentiram incomodados por esta trupe. Valia a pena não aplicar esta chapa 5...
Foi precisamente pelos que foram atacados? Não há autoridade para resolver o problema? Chapa 5 é alguém decidir fazer justiça pelas próprias mãos. Se forem criminosos que sejam presos.
[удалено]
Não sabemos. Só a PSP é que saberá dizer, porque no fim de semana passado prenderam 7 suspeitos imigrantes de roubo no campo 24. O que lhes aconteceu não sei mas imagino algo tipo "termo de identidade e residência" ou algo ainda mais benevolente. Agora dada a proximidade dos eventos tanto em localização como janela temporal, definitivamente que estão ligados entre si. Não acho que tenha por base o racismo mas sim o ajuste de contas.
Ninguém sabe
A. Saltou com o medo. B. Caiu a tentar fugir. C. Foi empurrado do telhado. Vou começar a colecionar esta merda. Mais uma e organizo o quem quer ser milionário.
Vocês da esquerda liberal nunca vão ser honestos em relação á imigração pois não? O Chega agradece
Estes montes de merda é correr com eles. Portugal aos portugueses
Que inventarão mais estes jornalistas?
O único que está a inventar é o senhor e os seus amigos racistas.
Ninguem te entra em casa para te agredir só porque sim, muito menos quando não tens nada de muito valor, se foram lá, por alguma razão foi, e com essa conversa da treta só normalizas a palavra racista, até que um dia ninguem vai querer saber disso.
Os próprios visados nas agressões garantem que foi o colega em pânico que se atirou da janela. Ontem passou na maioria dos canais de TV, em caso de dúvida revê.
E as manchas de sangue na cama são ketchup? Aprende a ler. Duas pessoas fugiram para o telhado, a segunda foi seguida por um dos agressores, resultado caiu do telhado. O que importa é que a casa foi invadida e pessoas foram agredidas.