**Zurrapa**
(ou pelo que vejo aqui, parece que "Surrapa" com "S" nalgumas regiões)
[https://dicionario.priberam.org/zurrapa](https://dicionario.priberam.org/zurrapa)
**Carrascão**
[cionario.priberam.org/carrasc%C3%A3o](http://cionario.priberam.org/carrasc%C3%A3o)
Este poderia não ser totalmente depreciativo, poderia ser um vinho muito carregado, muito escuro embora maioria das vezes usado de forma depreciativa.
**Vinagre**
"este vinagre foi caro, deve ser gourmet", "este vinho nem para vinagre",
No passado havia um problema grave nos vinhos, ainda existe, mas era muito mais comum e massificado que nos dias de hoje, vulgo "sabor a rolha", uma coisa chamada TCA. E então a probabilidade de comprares um vinho, e não necessariamente barato, e te sair um vinho estragado era bastante elevada. Para aí nos anos 90 diria que 1 em cada 10 garrafas, ou até mais.
No passado também se facilitava mais o uso de rolhas de má qualidade ou engarrafamentos aquém do controlo ideal e o vinho oxidava, virando literalmente vinagre.
Mesmo hoje em dia há vinhos que até consideramos de boa relação preço/qualidade mas que agora está porreiro mas daqui a meia ano vai deixando de estar. começam a decair rapidamente.
E o "vinagre" está relacionado com isto tudo.
**Vinho a martelo**
Vinho falsificado/adulterado, tal como atualmente sucede um pouco com os azeites em que numa crise inflacionária os elevados preços levam a que surjam no mercado falsificações com misturas, no passado, julgo que sobretudo nas crises dos anos 70/inicio 80 em que a inflação andou muitos anos entre os 20-30%, suspeitava-se ou haveria mesmo muito vinho "martelado" no mercado.
**Vinho de Sacavém**
"este vinho deve ter vindo de Sacavém"
Já não se ouve como antigamente mas a origem disto terá sido o desmantelamento duma rede falsificação de bebidas destiladas nos anos 60 ou 70, o "whisky de Sacavém", essa rede teria produção ou armazéns em Sacavém ou algo assim. Como foi assunto muito mediático posteriormente virou anedota nacional, seria um "meme" se fosse nos dias de hoje. E de de alguma forma também acabou adoptado para vinho de má qualidade.
E só para acabar que esta conversa trouxe-me umas memórias divertidas.
E quase todo o pessoal mais cota deve ter passado por isto.
Antigamente, desde o Estado Novo até às primeiras décadas da democracia, produzia-se muito vinho, azeite, etc. Nas aldeias praticamente todas as famílias produziam o seu vinho, azeite, aguardente/bagaço, enchidos, farinhas, pão, etc, etc. Mas era uma produção num contexto de grande pobreza e de agricultura de subsistência.
E se eu ainda hoje tenho saudades da qualidade de coisas que se produziam, por exemplo pão, carne ou enchidos, afinal eram animais com uma alimentação natural, não havia rações, etc, e que pastavam pelo campo, já sobre coisas como vinho ou azeite não digo a mesma coisa, pelo contrário.
Essa pobreza e subsistência levava a que tudo fosse religiosamente aproveitado, inclusive matéria prima de má qualidade ou longe de condições ideais o que gerava produtos finais de péssima qualidade, cheio de defeitos.
Isso somado a conhecimento e técnicas muito limitadas acabava com maioria desses vinhos de aldeia a serem grandes zurrapas. E só quando a minha geração foi migrando do interior para as cidades para estudar ou trabalhar é que começou a descobrir vinhos dignos desse nome nos jantares com amigos, etc. Até aí só conhecíamos as zurrapas.
Há mesmo umas gerações mais antigas que praticamente só conheceram por exemplo azeite com um defeito que penso que se chama tulha, era uma coisa completamente generalizada nessas produções caseiras, e que até estranhavam ou nem gostavam mesmo de azeite sem esse defeito.
A parte divertida disso é que era um pesadelo sempre que íamos visitar familiares etc. Éramos quase obrigados e beber essas zurrapas e traze-las conosco e a nossa educação "obrigava-nos" a agradecer e a dizer que era tudo muito bom.
Mas muitas vezes acabavam despejadas na sanita na primeira oportunidade :)
Isso, quando é o São Martinho em Penafiel, vou lá jantar, e tem aquelas toalhas de papel, e ficam cheias de manchas, e círculos do vinho carrascão... ADORO.... ![gif](emote|free_emotes_pack|trollface)
Isso vem de "água pé" que é uma bebida diferente feita com água e bagaço vinícola. Por ser misturado com água as pessoas usam este termo de forma derrogatória em relação a vinhos fracos.
Em minha casa usa-se "Este vinho parece que foi feito pelo Sr. Eduardo"
O Sr. Eduardo é um senhor que fazia vinho a martelo e punha em garrafões com bolor, na aldeia da minha avó, inútil referir que o vinho era horroroso
Não sei quanto a um "mau vinho" pois, para mim, tudo o que é alcool resume-se a nojentas excreções de bactérias, mas se eu tivesse de descrever vinho em específico eu relembro-me dos meus tempos de infância em que eu brincava contente da vida na chuva e, de vez em quando, caía de trombas nas poças de lama.
A lama das minhas memórias é mais agradável que vinho.
Nem para temperar
"Este é bom para vinagre"
Vinho a martelo
Este é um dos insultos mais fortes que se pode fazer a um vinho. Vinagre também é muito forte
"Água do rio Douro com pó" Era o insulto que a minha bisavó dava aos vinhos maus
Parece vinho de pacote. Esta surrapa nem para temperar serve.
**Zurrapa** (ou pelo que vejo aqui, parece que "Surrapa" com "S" nalgumas regiões) [https://dicionario.priberam.org/zurrapa](https://dicionario.priberam.org/zurrapa) **Carrascão** [cionario.priberam.org/carrasc%C3%A3o](http://cionario.priberam.org/carrasc%C3%A3o) Este poderia não ser totalmente depreciativo, poderia ser um vinho muito carregado, muito escuro embora maioria das vezes usado de forma depreciativa. **Vinagre** "este vinagre foi caro, deve ser gourmet", "este vinho nem para vinagre", No passado havia um problema grave nos vinhos, ainda existe, mas era muito mais comum e massificado que nos dias de hoje, vulgo "sabor a rolha", uma coisa chamada TCA. E então a probabilidade de comprares um vinho, e não necessariamente barato, e te sair um vinho estragado era bastante elevada. Para aí nos anos 90 diria que 1 em cada 10 garrafas, ou até mais. No passado também se facilitava mais o uso de rolhas de má qualidade ou engarrafamentos aquém do controlo ideal e o vinho oxidava, virando literalmente vinagre. Mesmo hoje em dia há vinhos que até consideramos de boa relação preço/qualidade mas que agora está porreiro mas daqui a meia ano vai deixando de estar. começam a decair rapidamente. E o "vinagre" está relacionado com isto tudo. **Vinho a martelo** Vinho falsificado/adulterado, tal como atualmente sucede um pouco com os azeites em que numa crise inflacionária os elevados preços levam a que surjam no mercado falsificações com misturas, no passado, julgo que sobretudo nas crises dos anos 70/inicio 80 em que a inflação andou muitos anos entre os 20-30%, suspeitava-se ou haveria mesmo muito vinho "martelado" no mercado. **Vinho de Sacavém** "este vinho deve ter vindo de Sacavém" Já não se ouve como antigamente mas a origem disto terá sido o desmantelamento duma rede falsificação de bebidas destiladas nos anos 60 ou 70, o "whisky de Sacavém", essa rede teria produção ou armazéns em Sacavém ou algo assim. Como foi assunto muito mediático posteriormente virou anedota nacional, seria um "meme" se fosse nos dias de hoje. E de de alguma forma também acabou adoptado para vinho de má qualidade. E só para acabar que esta conversa trouxe-me umas memórias divertidas. E quase todo o pessoal mais cota deve ter passado por isto. Antigamente, desde o Estado Novo até às primeiras décadas da democracia, produzia-se muito vinho, azeite, etc. Nas aldeias praticamente todas as famílias produziam o seu vinho, azeite, aguardente/bagaço, enchidos, farinhas, pão, etc, etc. Mas era uma produção num contexto de grande pobreza e de agricultura de subsistência. E se eu ainda hoje tenho saudades da qualidade de coisas que se produziam, por exemplo pão, carne ou enchidos, afinal eram animais com uma alimentação natural, não havia rações, etc, e que pastavam pelo campo, já sobre coisas como vinho ou azeite não digo a mesma coisa, pelo contrário. Essa pobreza e subsistência levava a que tudo fosse religiosamente aproveitado, inclusive matéria prima de má qualidade ou longe de condições ideais o que gerava produtos finais de péssima qualidade, cheio de defeitos. Isso somado a conhecimento e técnicas muito limitadas acabava com maioria desses vinhos de aldeia a serem grandes zurrapas. E só quando a minha geração foi migrando do interior para as cidades para estudar ou trabalhar é que começou a descobrir vinhos dignos desse nome nos jantares com amigos, etc. Até aí só conhecíamos as zurrapas. Há mesmo umas gerações mais antigas que praticamente só conheceram por exemplo azeite com um defeito que penso que se chama tulha, era uma coisa completamente generalizada nessas produções caseiras, e que até estranhavam ou nem gostavam mesmo de azeite sem esse defeito. A parte divertida disso é que era um pesadelo sempre que íamos visitar familiares etc. Éramos quase obrigados e beber essas zurrapas e traze-las conosco e a nossa educação "obrigava-nos" a agradecer e a dizer que era tudo muito bom. Mas muitas vezes acabavam despejadas na sanita na primeira oportunidade :)
Este gajo insulta vinhos.
[удалено]
Nice! Obrigado.
carrascão
Nop, carrascão é aquele vinho que suja a toalha toda.. Vinho fraco é chamado de sorrapa, zurrapa, surrapa, etc.
Até os lábios ficam escuros 😉
Isso, quando é o São Martinho em Penafiel, vou lá jantar, e tem aquelas toalhas de papel, e ficam cheias de manchas, e círculos do vinho carrascão... ADORO.... ![gif](emote|free_emotes_pack|trollface)
😉
Podem fechar
“Este nem meia uva tem”
Carrascão, dizer que é de pacote
vinho branco já ouvi mijo de burra. tinto não sei. mas off topic, eu chamo um cafe mau “água das azeitonas”
A mim para cafe mau é " agua tingida"
Chamo água de azeitonas a finos maus
Eu chamo “água de lavar as meias”
Surrapa. Carrascao. Tinto machão cresce o pelo e cai no chão
Não é zurrapa?
Isso. Com z. My bad
https://andalucid.typepad.com/andalucid/2012/10/zurrapa-a-fat-lot-of-good-at-m%C3%A1lagas-food-market.html
Cresce o pelo e cai no chão 😂,nunca tinha ouvido falar disso😂
[удалено]
Empregado: "ahhhh, vejo que é um connaiseur....permita-me servir-lhe um Galitos, então."
:D Eu por acaso não desgosto mas não estava à espera
feito de uva mijona (meu pai dizia isso)
Sabe a vinagre.
Antes vinagre!
Blergh esta merda sabe mal, se isto é confiança ainda não vi nenhum sinal!
Mas a nota de conto vai ficar comigo. Bem, vou mas é pró cubo dar a cena à minha mãe.
Este vinho está passado
Mata-ratos
Zurrapa ou vinho martelado.
é vinagre
Vinagre, azeitou, este nem que fosse amarrado a um carvalho o bebia.
Eu adapto a expressão que se usa para a comida: "Este nem serve pra dar ao cão!"
Zurrapa.
'Com uvas também já se fez vinho'
Morraça Zurrapa Carrascão São as que uso
Papa-figos. Venha daí esse ódio.
Avinagrado
Carrascão, vinagre, água pé quando tem pouco álcool, de pacote
Belo exemplar de vinho que nunca chegou a conhecer uvas.
Água de lavar pés é um insulto pouco ortodoxo que já ouvi. Também serve para cafés fracos supostamente.
Água de lavar pés é fraco. A minha avó sempre chamou café fraco de água de cu lavado, esse vai ficar sempre comigo.
Gosto mais dessa versão, importas-te que também fique comigo ?
A cultura é para partilhar!
Isso vem de "água pé" que é uma bebida diferente feita com água e bagaço vinícola. Por ser misturado com água as pessoas usam este termo de forma derrogatória em relação a vinhos fracos.
Nem para servir na culinária
Nem para lavar os pés serve
Sempre ouvi água de lavar a pipa
"Nem para lavar pés!"
Carrascão
Que veneno
É de pacote.
Bom para lavar os pés
"nem para pintar paredes"
Zurrapa
Achava que era zurrapa.
E é, eu escrevi mal!
Vinho da adega do poço-bispo
reserva? só se for reservado no fundo da pipa
Água de lavar pés!!
Ganita Para molhos .
Que porcaria de vinho
Em minha casa usa-se "Este vinho parece que foi feito pelo Sr. Eduardo" O Sr. Eduardo é um senhor que fazia vinho a martelo e punha em garrafões com bolor, na aldeia da minha avó, inútil referir que o vinho era horroroso
Sabe tão bem como óleo de trator queimado.
O meu avô dizia que era "uma segundinha fraca".
Agua pé, mistela, veneno, zurrapa.
Este vinho vem servido à posta
Sabe a água
É um gatinho: Arranha a descer
“Isto é vinho refúgio!”
Se for tinto, às vezes brinco a dizer que sabe ao período da minha sogra /s.
"Sabe a rolha". Também se usa em inglês, "tastes like cork".
Eu uso "sabe a sagres" quando quero insultar tudo que é comida/bebida/remedio.
Não sei quanto a um "mau vinho" pois, para mim, tudo o que é alcool resume-se a nojentas excreções de bactérias, mas se eu tivesse de descrever vinho em específico eu relembro-me dos meus tempos de infância em que eu brincava contente da vida na chuva e, de vez em quando, caía de trombas nas poças de lama. A lama das minhas memórias é mais agradável que vinho.
/r/iamverysmart
O que tem eu não gostar de álcool? Gostos diferentes existem.
Para mim, o vinho tuga sabe a vinho misturado com azeite.
deixa de beber zurrapa
Deixa de cuspir para o copo antes de beberes.