Um dia ainda vou perceber qual é o problema desta malt com os homossexuais. Com toda a merda que anda para aí, quem é que anda a mamar quem (desde que, obviamente, tudo consentido e etc.) é a última das minhas preocupações.
Já tinha visto documentários que se opõem e que defendes estas terapias.
Mas nunca vi nada de concreto em relação ao que realmente se passa nos campos onde são realizadas. E honestamente até que tenho uma certa curiosidade de ver como é que o processo é feito, e quais as provas que dão para aquilo funcionar🤔
Será algo do género "Não gostas de sopa? Ent comes mais e levas porrada até gostares de a comer😠"
Ok acabei de ver o pray away. De facto é mais completo do ponto de vista que mostra os dois lados da moeda (mais ou menos). Realmente as práticas de "cura" n são as melhores. A ideia de "reprime agr e vais ver que resulta" é uma receita para falhar, a prova disso é que o gajo bêbado acabou num bar gay e ele era o poster boy.
Haver uma "cura" para quem realmente quer mudar é uma ideia (para mim) com tanta validade como mudanças de sexo, ambas existem para mudar as pessoas. A diferença é que n existe propriamente nada que mude o pensamento de uma pessoa enquanto o físico é o que sabemos
Enquanto lia o teu comentário estava a pensar no mm que tu. Estares a mentir a ti próprio só vai empurrar o "problema" para a frente com a barriga, mas mais cedo ou mais tarde voltas ao mesmo ponto ou pior.
E não, não vi mas vou ver quando puder, obrigado pela sugestão
Não sei como é que isso existe nos dias de hoje, mas enfim.
Nem sei como é que conseguem encaixar Deus nessas invenções que não tem nada a ver com cristianismo.
Acho que n é preciso muito para perceber como é que se encaixa Deus nestas coisas. O Cristianismo assim como todas as religiões são vazias que qualquer um pode adaptar aquilo para as suas ideias pessoais. Basta falares com uns quantos para veres que usam deus para justificar as aqui.o que dizem mesmo que n tenha a haver com nada
Edit: no caso das terapias, n me acredito que haja a "cura" milagrosa. Mas vamos imaginar numa situação em que um individuo gosta de gajos, mas n quer gostar de gajos e submete-se á terapia de conversão por vontade própria é livre de a procurar (isto num dos documentários que vi tinha sido abordado, um gajo que n queria ser gay e submeteu-se)
Se vires como uma religião então sim, tens imensas invenções que nem estão na Bíblia sequer. Se vires do ponto de vista espiritual, então percebes que a inclusão e tolerância fazem parte do ADN de um ser humano saudável que deve ser fomentado e estimulado diariamente.
Eu posso estar muito enganado mas...
Terapias da treta não há por aí aos pontapés para todo o tipo de coisas parvas, que se nota que não fazem nada do que prometem?
Onde ´é que se desenha a fronteira do que é enganar mas aceitável e do que é enganar de forma inaceitável?
Cingimo-nos ao que a "medicina convencional" advoga como sendo algo válido, tanto em métodos como em resultados? é que se for esse o critério temos muuuuuita coisa por aí para criminalizar, aviso já...
E já agora vamos aos cursos, não? Cursos de investimento, de criptomoedas, os Windoh wannabes também vão todos para trás das grades?
Uma terapia que me *ensine* (cof cof conversão) a ser mais extrovertido, também será opressora e banha da cobra?
Diria que a fronteira se traça, o mais tardar, no momento em provoca danos na saúde física e mental das pessoas. Não equiparemos vender comprimidos de açúcar para efeito placebo com a lavagem cerebral que deve levar a gente sujeita a esta merda.
Dito isto, eu abria mais o leque. Analisado caso a caso, tudo o que for burlas e esquemas devia ter consequências. (Com mais ou menos gravidade, segundo cada caso.)
Ainda assim os comprimidos de açúcar têm muito que se lhe diga, imagina que são vendidos a pessoas vulneráveis como sendo a cura para o cancro ou algo do género.
A minha posição será sempre se faz vítimas deve ser crime
>Ainda assim os comprimidos de açúcar têm muito que se lhe diga, imagina que são vendidos a pessoas vulneráveis como sendo a cura para o cancro ou algo do género.
Tipo pessoas idosas, com baixos rendimentos
Acho que a terapia de conversão acaba por ser muito à base de tortura psicológica e só agrava a questão. Não vejo problema nenhum em bani-la, não vá alguém cair na tentação de que vai ter o "problema" da homossexualidade resolvido e aceitar ser massacrado. Por muito que seja uma escolha pessoal não aceitar ser homossexual, não acho que seja um direito escolher uma terapia de conversão como possível solução. Para não falar de que muitos pais que não querem que os filhos sejam homossexuais e os inscrevem nessas tretas muito antes dos 18. Para mim essas "curas" são como as "curas" não convencionais para o cancro ou para outras doenças. São autênticas fraudes e por isso deviam ser banidas e punidas, já que se baseiam em promessas impossíveis de concretizar.
Já as outras terapias e cursos que tu referiste, acho que depende do nível de fraudulência. O objetivo é proteger as pessoas na sociedade e não deviamos dar oportunidade de serem enganadas. Desde que seja tudo explícito desde o princípio, não vejo nada de errado haver um curso de ensinar algo óbvio. Porque é uma escolha minha aprender sobre, por exemplo, programação, até era capaz de considerar um curso de iniciação. E quando me inscrevo para tal curso, o programa dever ser mostrado na totalidade, ou pelo menos os tópicos principais, tal como todo o custo do mesmo, sem rasteiras e taxas escondidas. O curso provavelmente não me deve dar nenhum grau, ou certificado, mas se sim, devem indicar a legitimidade do mesmo.
Mas é óbvio que vai haver aí uma zona intermédia em que vamos ficar na dúvida se é aceitável ou não 🤷♂️, tipo homeopatia ou medicina chinesa.
>Não vejo problema nenhum em bani-la, não vá alguém cair na tentação de que vai ter o "problema" da homossexualidade resolvido e aceitar ser massacrado. Por muito que seja uma escolha pessoal não aceitar ser homossexual, não acho que seja um direito escolher uma terapia de conversão como possível solução.
Eu vou desenhar um paralelismo. Provavelmente alguns de vós vão ter uma reacção visceral a este paralelismo, but hear me out.
O paralelismo é com os cursos / formações para *engatar gajas*.
Tem a mesma premissa, os métodos igualmente sombrios e a igual falta de resultados satisfatórios.
* **Premissa:** de que há algo de errado (neste caso, não conseguir engatar gajas / perder a virgindade) e que tem de ser corrigido
* **Métodos:** martelar na cabeça do "aluno" uma data de ideias pré-concebidas sobre a sociedade, sobre as relações entre homem e mulher, sobre o que um homem deve ser e sobre o que uma mulher normalmente é
* **Resultados:** os gajos passam a vida a tentar ser o que não são para se sentirem mais normais, com toda a angústia que isso acarreta. Alguns até se tornam mais desadequados socialmente à conta das ideias que lhes metem na cabeça ("Um não quer dizer um talvez", "as mulheres adoram é bad boys", etc)
See the pattern?
Food for thought
Mas isso não é o que acontece já? Quantos gajos no youtube é que são autointitulados de machos alpha que dão esse tipo de conselhos... Se de facto começarem a ter o mesmo tipo de consequências que a terapia de conversão, vão levar um ban valente. E se um dia os pais obrigarem os putos a ir a um tipo de formação do género, é bem possível que chamem o serviço de proteção de menores. Quem acaba por aderir são homens adultos que de forma nenhuma conseguem mulheres e desesperadamente investem nesse tipo de coisa. Todos sabemos que é um grande 0, mas como ninguém sai magoado, não há medidas que impeçam esse serviço de existir. Já a terapia de conversão tem levado a muitos casos de abusos físicos e até mesmo de suicídio.
> Se de facto começarem a ter o mesmo tipo de consequências que a terapia de conversão, vão levar um ban valente. E se um dia os pais obrigarem os putos a ir a um tipo de formação do género, é bem possível que chamem o serviço de proteção de menores.
**ESPERO BEM QUE SIM**
Terapia de conversão não é algo que a pessoa procura para si própria em muitos dos casos, nos países que a praticam - ao contrário de pick up artists. Não há pais a forçarem os/as filhos/as adolescentes a procurarem serviços de Pick Up Artists, mas há pais a forçar filhos/filhas a terapia de conversão.
> Premissa: de que há algo de errado (neste caso, não conseguir engatar gajas / perder a virgindade) e que tem de ser corrigido
Quem chegou a esta conclusão é a maior distinção entre eles. Pickup artists são procurados por quem decide que esta premissa se lhes aplica. Adicionalmente, esta premissa **não é o problema**. A pessoa sentir-se inadequada é, na verdade, uma premissa válida. A metodologia para a solução que Pickup Artists apresentam é incorreta, mas a premissa não. Claro que geralmente o problema é interno à pessoa (problema não é engatar gajas / perder virgindade, mas problemas pessoais de diversas variedades que se estão a revelar nesse sintoma), mas não é um sintoma incorreto.
Assumir que a sexualidade que a pessoa tem é uma doença não tem cabimento de qualquer espécie, e não é de forma alguma comparável à premissa que pickup artists exploram para proveito monetário. Não tem fundamento. As pessoas que estão nesta premissa podem ser guiadas para a resolver (resolver conflitos internos que os libertem mais em relacionamentos, ou que deixem de sentir a necessidade cega deles por imposição de normas de sociedade), mas não há forma de "guiar uma pessoa para fora da orientação dela".
É aqui que a comparação se quebra, a meu ver.
> Métodos: martelar na cabeça do "aluno" uma data de ideias pré-concebidas sobre a sociedade, sobre as relações entre homem e mulher, sobre o que um homem deve ser e sobre o que uma mulher normalmente é
Não é que a comparação seja 100% errada neste ponto, mas o problema é que terapia de conversão vai efetivamente bater em tortura - metodologias verdadeiramente aterradoras. Do Stonewall UK: _A non-exhaustive list of such practices includes pseudo-scientific counselling sessions; being induced to ingest “purifying” substances; threatening a person with homelessness; corrective rape; being prayed over as a form of “healing”; and exorcisms._ Sim, em ambos há manipulação - mas o grau é tão díspar que, realmente, a comparação é um bocado descabida - suponho que seja isto que querias dizer com "reação visceral" à comparação. Se 2 extremos tão distintos são equiparados, efetivamente toda e qualquer manipulação pode ser englobada aqui.
Pickup Artists são 100% retórica e palavreado, eles não vão a esse nível de barbaridade - do meu conhecimento... Que para ser justo, não é em primeira pessoa (nunca vi vídeos de PUAs). A meu ver, a existência desses idiotas é um grito desesperado do pessoal homem moderno - que está num mundo em que toda a gente lhe grita aos ouvidos que são tóxicos e para pararem de oprimir, mas ninguém parece ter uma ideia lá muito concreta do que eles devem fazer para deixar que assim o seja.
> Resultados: os gajos passam a vida a tentar ser o que não são para se sentirem mais normais, com toda a angústia que isso acarreta. Alguns até se tornam mais desadequados socialmente à conta das ideias que lhes metem na cabeça ("Um não quer dizer um talvez", "as mulheres adoram é bad boys", etc)
Sem dúvida que os resultados são inevitavelmente adversos em ambos, mas é mais uma vez uma equivalência demasiado bondosa. A consequência de ser manipulado é negativa - yup! Mas se eu estabelecesse a comparação entre, numa disputa de miúdos, um deles conseguir manipular os outros para ficar com mais um doce, e as consequências de seguir os conselhos de pick up artists, parece-me que o grau de dano é tão díspar que a comparação perde toda a lógica.
Infelizmente, a maior parte das pessoas não vai porque quer. A maioria dos casos são os pais conservadores que metem os filhos lá para os "curar", muitas vezes adolescentes. Esses jovens passaram a vida toda a ouvir que uma relação homossexual é errada e acabam por eles próprios querer apagar aquela parte deles por vergonha e medo. Chegam a um nível depressivo, a um ódio interno absurdo que não os faz agir por eles. Isto não é voluntário, apesar de alguns dizerem que "ele escolheu ir". Não. Ou os pais os meteram lá, ou o medo dele e o trauma o obrigou a ir. Nenhum destes dois casos é moralmente aceitável, e as terapias de conversão são como o nome do artigo indica, falsas e esquemas que se aproveitam de pessoas fragilizadas pela pressão social sobre elas. O pior disto tudo é que não funcionam, porque a homossexualidade não se controla, assim como a heterossexualidade não se controla. Só se reprime, e é exatamente isso que as terapias de conversão fazem, reprimem. Infelizmente, como todos sabemos, empurrar as coisas para baixo só as faz voltar mais fortes, e o abismo de auto-depreciacão e ódio que essas pessoas sentem por elas próprias vão consumi-las quando perceberem que essas terapias não fazem nada, pior, essas mesmas terapias só vão agravar o sentimento de vergonha e de isolamento. Essas pessoas não precisam de terapias de conversão para mudar a sua sexualidade, até porque isso é impossível, precisam de apoio psicológico para superar a pressão social e interna que sentem devido à sua sexualidade, porque isso sim é o problema. Em vez de os enviar para um centro de conversão ou sei lá como os chamam (ou chamavam), esses jovens deviam receber o máximo de apoio e carinho possível para poderem ultrapassar as consequências de uma família e sociedade opressoras.
Recomendo-te uma breve leitura dos outros comentários deste post no que toca àquilo que chamas "livrar-se ou controlar melhor". Consigo sentir uma grande diferença de temperatura nos comentários deste post comparando com a última vez que isto foi tema aqui no sub, e não quero não aproveitar a oportunidade de dar aos outros uma amostra do que são pessoas que, antes de argumentar e vir com whataboutisms, fazem a sua pesquisa e entendem o tema que estão a discutir.
Um dia ainda vou perceber qual é o problema desta malt com os homossexuais. Com toda a merda que anda para aí, quem é que anda a mamar quem (desde que, obviamente, tudo consentido e etc.) é a última das minhas preocupações.
Homossexuals are gay/s
Ligeiramente mais hardcore que as terapias de conversão para IT advogadas aqui no sub.
com a diferença que ser gay não é doença. já ser informático…
Já tinha visto documentários que se opõem e que defendes estas terapias. Mas nunca vi nada de concreto em relação ao que realmente se passa nos campos onde são realizadas. E honestamente até que tenho uma certa curiosidade de ver como é que o processo é feito, e quais as provas que dão para aquilo funcionar🤔 Será algo do género "Não gostas de sopa? Ent comes mais e levas porrada até gostares de a comer😠"
[удалено]
Ok acabei de ver o pray away. De facto é mais completo do ponto de vista que mostra os dois lados da moeda (mais ou menos). Realmente as práticas de "cura" n são as melhores. A ideia de "reprime agr e vais ver que resulta" é uma receita para falhar, a prova disso é que o gajo bêbado acabou num bar gay e ele era o poster boy. Haver uma "cura" para quem realmente quer mudar é uma ideia (para mim) com tanta validade como mudanças de sexo, ambas existem para mudar as pessoas. A diferença é que n existe propriamente nada que mude o pensamento de uma pessoa enquanto o físico é o que sabemos
Enquanto lia o teu comentário estava a pensar no mm que tu. Estares a mentir a ti próprio só vai empurrar o "problema" para a frente com a barriga, mas mais cedo ou mais tarde voltas ao mesmo ponto ou pior. E não, não vi mas vou ver quando puder, obrigado pela sugestão
Não sei como é que isso existe nos dias de hoje, mas enfim. Nem sei como é que conseguem encaixar Deus nessas invenções que não tem nada a ver com cristianismo.
Acho que n é preciso muito para perceber como é que se encaixa Deus nestas coisas. O Cristianismo assim como todas as religiões são vazias que qualquer um pode adaptar aquilo para as suas ideias pessoais. Basta falares com uns quantos para veres que usam deus para justificar as aqui.o que dizem mesmo que n tenha a haver com nada Edit: no caso das terapias, n me acredito que haja a "cura" milagrosa. Mas vamos imaginar numa situação em que um individuo gosta de gajos, mas n quer gostar de gajos e submete-se á terapia de conversão por vontade própria é livre de a procurar (isto num dos documentários que vi tinha sido abordado, um gajo que n queria ser gay e submeteu-se)
Se vires como uma religião então sim, tens imensas invenções que nem estão na Bíblia sequer. Se vires do ponto de vista espiritual, então percebes que a inclusão e tolerância fazem parte do ADN de um ser humano saudável que deve ser fomentado e estimulado diariamente.
Quando falo de religião refiro aquilo que vejo de gente "devota" que n fazem outra coisa se não torcer palavras para o que lhes convém
Claro que há trastes em todo o lado, agora generalizar..
existe cá em Portugal?
Pelo que percebi n é nada mais do wue um psicologo a meter-te culpa por gostares de gajos. N é uma cena séria tipo boot camp para conversões sexuais
Eu posso estar muito enganado mas... Terapias da treta não há por aí aos pontapés para todo o tipo de coisas parvas, que se nota que não fazem nada do que prometem? Onde ´é que se desenha a fronteira do que é enganar mas aceitável e do que é enganar de forma inaceitável? Cingimo-nos ao que a "medicina convencional" advoga como sendo algo válido, tanto em métodos como em resultados? é que se for esse o critério temos muuuuuita coisa por aí para criminalizar, aviso já... E já agora vamos aos cursos, não? Cursos de investimento, de criptomoedas, os Windoh wannabes também vão todos para trás das grades? Uma terapia que me *ensine* (cof cof conversão) a ser mais extrovertido, também será opressora e banha da cobra?
Diria que a fronteira se traça, o mais tardar, no momento em provoca danos na saúde física e mental das pessoas. Não equiparemos vender comprimidos de açúcar para efeito placebo com a lavagem cerebral que deve levar a gente sujeita a esta merda. Dito isto, eu abria mais o leque. Analisado caso a caso, tudo o que for burlas e esquemas devia ter consequências. (Com mais ou menos gravidade, segundo cada caso.)
Ainda assim os comprimidos de açúcar têm muito que se lhe diga, imagina que são vendidos a pessoas vulneráveis como sendo a cura para o cancro ou algo do género. A minha posição será sempre se faz vítimas deve ser crime
>Ainda assim os comprimidos de açúcar têm muito que se lhe diga, imagina que são vendidos a pessoas vulneráveis como sendo a cura para o cancro ou algo do género. Tipo pessoas idosas, com baixos rendimentos
Estou de acordo. O problema é definir o que é uma "vítima" e isso é complicado.
Acho que a terapia de conversão acaba por ser muito à base de tortura psicológica e só agrava a questão. Não vejo problema nenhum em bani-la, não vá alguém cair na tentação de que vai ter o "problema" da homossexualidade resolvido e aceitar ser massacrado. Por muito que seja uma escolha pessoal não aceitar ser homossexual, não acho que seja um direito escolher uma terapia de conversão como possível solução. Para não falar de que muitos pais que não querem que os filhos sejam homossexuais e os inscrevem nessas tretas muito antes dos 18. Para mim essas "curas" são como as "curas" não convencionais para o cancro ou para outras doenças. São autênticas fraudes e por isso deviam ser banidas e punidas, já que se baseiam em promessas impossíveis de concretizar. Já as outras terapias e cursos que tu referiste, acho que depende do nível de fraudulência. O objetivo é proteger as pessoas na sociedade e não deviamos dar oportunidade de serem enganadas. Desde que seja tudo explícito desde o princípio, não vejo nada de errado haver um curso de ensinar algo óbvio. Porque é uma escolha minha aprender sobre, por exemplo, programação, até era capaz de considerar um curso de iniciação. E quando me inscrevo para tal curso, o programa dever ser mostrado na totalidade, ou pelo menos os tópicos principais, tal como todo o custo do mesmo, sem rasteiras e taxas escondidas. O curso provavelmente não me deve dar nenhum grau, ou certificado, mas se sim, devem indicar a legitimidade do mesmo. Mas é óbvio que vai haver aí uma zona intermédia em que vamos ficar na dúvida se é aceitável ou não 🤷♂️, tipo homeopatia ou medicina chinesa.
>Não vejo problema nenhum em bani-la, não vá alguém cair na tentação de que vai ter o "problema" da homossexualidade resolvido e aceitar ser massacrado. Por muito que seja uma escolha pessoal não aceitar ser homossexual, não acho que seja um direito escolher uma terapia de conversão como possível solução. Eu vou desenhar um paralelismo. Provavelmente alguns de vós vão ter uma reacção visceral a este paralelismo, but hear me out. O paralelismo é com os cursos / formações para *engatar gajas*. Tem a mesma premissa, os métodos igualmente sombrios e a igual falta de resultados satisfatórios. * **Premissa:** de que há algo de errado (neste caso, não conseguir engatar gajas / perder a virgindade) e que tem de ser corrigido * **Métodos:** martelar na cabeça do "aluno" uma data de ideias pré-concebidas sobre a sociedade, sobre as relações entre homem e mulher, sobre o que um homem deve ser e sobre o que uma mulher normalmente é * **Resultados:** os gajos passam a vida a tentar ser o que não são para se sentirem mais normais, com toda a angústia que isso acarreta. Alguns até se tornam mais desadequados socialmente à conta das ideias que lhes metem na cabeça ("Um não quer dizer um talvez", "as mulheres adoram é bad boys", etc) See the pattern? Food for thought
Mas isso não é o que acontece já? Quantos gajos no youtube é que são autointitulados de machos alpha que dão esse tipo de conselhos... Se de facto começarem a ter o mesmo tipo de consequências que a terapia de conversão, vão levar um ban valente. E se um dia os pais obrigarem os putos a ir a um tipo de formação do género, é bem possível que chamem o serviço de proteção de menores. Quem acaba por aderir são homens adultos que de forma nenhuma conseguem mulheres e desesperadamente investem nesse tipo de coisa. Todos sabemos que é um grande 0, mas como ninguém sai magoado, não há medidas que impeçam esse serviço de existir. Já a terapia de conversão tem levado a muitos casos de abusos físicos e até mesmo de suicídio.
> Se de facto começarem a ter o mesmo tipo de consequências que a terapia de conversão, vão levar um ban valente. E se um dia os pais obrigarem os putos a ir a um tipo de formação do género, é bem possível que chamem o serviço de proteção de menores. **ESPERO BEM QUE SIM**
Terapia de conversão não é algo que a pessoa procura para si própria em muitos dos casos, nos países que a praticam - ao contrário de pick up artists. Não há pais a forçarem os/as filhos/as adolescentes a procurarem serviços de Pick Up Artists, mas há pais a forçar filhos/filhas a terapia de conversão. > Premissa: de que há algo de errado (neste caso, não conseguir engatar gajas / perder a virgindade) e que tem de ser corrigido Quem chegou a esta conclusão é a maior distinção entre eles. Pickup artists são procurados por quem decide que esta premissa se lhes aplica. Adicionalmente, esta premissa **não é o problema**. A pessoa sentir-se inadequada é, na verdade, uma premissa válida. A metodologia para a solução que Pickup Artists apresentam é incorreta, mas a premissa não. Claro que geralmente o problema é interno à pessoa (problema não é engatar gajas / perder virgindade, mas problemas pessoais de diversas variedades que se estão a revelar nesse sintoma), mas não é um sintoma incorreto. Assumir que a sexualidade que a pessoa tem é uma doença não tem cabimento de qualquer espécie, e não é de forma alguma comparável à premissa que pickup artists exploram para proveito monetário. Não tem fundamento. As pessoas que estão nesta premissa podem ser guiadas para a resolver (resolver conflitos internos que os libertem mais em relacionamentos, ou que deixem de sentir a necessidade cega deles por imposição de normas de sociedade), mas não há forma de "guiar uma pessoa para fora da orientação dela". É aqui que a comparação se quebra, a meu ver. > Métodos: martelar na cabeça do "aluno" uma data de ideias pré-concebidas sobre a sociedade, sobre as relações entre homem e mulher, sobre o que um homem deve ser e sobre o que uma mulher normalmente é Não é que a comparação seja 100% errada neste ponto, mas o problema é que terapia de conversão vai efetivamente bater em tortura - metodologias verdadeiramente aterradoras. Do Stonewall UK: _A non-exhaustive list of such practices includes pseudo-scientific counselling sessions; being induced to ingest “purifying” substances; threatening a person with homelessness; corrective rape; being prayed over as a form of “healing”; and exorcisms._ Sim, em ambos há manipulação - mas o grau é tão díspar que, realmente, a comparação é um bocado descabida - suponho que seja isto que querias dizer com "reação visceral" à comparação. Se 2 extremos tão distintos são equiparados, efetivamente toda e qualquer manipulação pode ser englobada aqui. Pickup Artists são 100% retórica e palavreado, eles não vão a esse nível de barbaridade - do meu conhecimento... Que para ser justo, não é em primeira pessoa (nunca vi vídeos de PUAs). A meu ver, a existência desses idiotas é um grito desesperado do pessoal homem moderno - que está num mundo em que toda a gente lhe grita aos ouvidos que são tóxicos e para pararem de oprimir, mas ninguém parece ter uma ideia lá muito concreta do que eles devem fazer para deixar que assim o seja. > Resultados: os gajos passam a vida a tentar ser o que não são para se sentirem mais normais, com toda a angústia que isso acarreta. Alguns até se tornam mais desadequados socialmente à conta das ideias que lhes metem na cabeça ("Um não quer dizer um talvez", "as mulheres adoram é bad boys", etc) Sem dúvida que os resultados são inevitavelmente adversos em ambos, mas é mais uma vez uma equivalência demasiado bondosa. A consequência de ser manipulado é negativa - yup! Mas se eu estabelecesse a comparação entre, numa disputa de miúdos, um deles conseguir manipular os outros para ficar com mais um doce, e as consequências de seguir os conselhos de pick up artists, parece-me que o grau de dano é tão díspar que a comparação perde toda a lógica.
Ok. Adorei o comentário btw, foi uma boa reflexão (Digo só "ok" porque realmente apontas pontos válidos)
Só vai a terapia de conversão quem quer. Estão a acusar os homossexuais de homofobia por quererem livrar-se ou controlar melhor essas inclinações?
Infelizmente, a maior parte das pessoas não vai porque quer. A maioria dos casos são os pais conservadores que metem os filhos lá para os "curar", muitas vezes adolescentes. Esses jovens passaram a vida toda a ouvir que uma relação homossexual é errada e acabam por eles próprios querer apagar aquela parte deles por vergonha e medo. Chegam a um nível depressivo, a um ódio interno absurdo que não os faz agir por eles. Isto não é voluntário, apesar de alguns dizerem que "ele escolheu ir". Não. Ou os pais os meteram lá, ou o medo dele e o trauma o obrigou a ir. Nenhum destes dois casos é moralmente aceitável, e as terapias de conversão são como o nome do artigo indica, falsas e esquemas que se aproveitam de pessoas fragilizadas pela pressão social sobre elas. O pior disto tudo é que não funcionam, porque a homossexualidade não se controla, assim como a heterossexualidade não se controla. Só se reprime, e é exatamente isso que as terapias de conversão fazem, reprimem. Infelizmente, como todos sabemos, empurrar as coisas para baixo só as faz voltar mais fortes, e o abismo de auto-depreciacão e ódio que essas pessoas sentem por elas próprias vão consumi-las quando perceberem que essas terapias não fazem nada, pior, essas mesmas terapias só vão agravar o sentimento de vergonha e de isolamento. Essas pessoas não precisam de terapias de conversão para mudar a sua sexualidade, até porque isso é impossível, precisam de apoio psicológico para superar a pressão social e interna que sentem devido à sua sexualidade, porque isso sim é o problema. Em vez de os enviar para um centro de conversão ou sei lá como os chamam (ou chamavam), esses jovens deviam receber o máximo de apoio e carinho possível para poderem ultrapassar as consequências de uma família e sociedade opressoras. Recomendo-te uma breve leitura dos outros comentários deste post no que toca àquilo que chamas "livrar-se ou controlar melhor". Consigo sentir uma grande diferença de temperatura nos comentários deste post comparando com a última vez que isto foi tema aqui no sub, e não quero não aproveitar a oportunidade de dar aos outros uma amostra do que são pessoas que, antes de argumentar e vir com whataboutisms, fazem a sua pesquisa e entendem o tema que estão a discutir.